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Sexta, 1 de setembro de 2006, 10h03 

Ben Affleck medita sobre o preço da fama em "Hollywoodland"

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Ben Affleck disse que se baseou em sua experiência pessoal para representar o ator George Reeves, que foi Superman na televisão da década de 1950, num filme inédito que parte da morte misteriosa do ator para ressaltar os altos e baixos da fama em Hollywood.

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Hollywoodland fez sua estréia em Veneza na quinta-feira. Foi o segundo policial noir a ser exibido no festival de cinema, no segundo dos 11 dias da maratona cinematográfica que começou na quarta-feira com a exibição de A Dália Negra.

Famoso por já ter passado por altos e baixos em sua carreira cinematográfica, Affleck reconheceu que tem muito em comum com Reeves, mas não concordou em descrever sua atuação mais recente como "volta por cima", depois de dois trabalhos muito criticados.

"Hoje em dia as pessoas prestam cada vez mais atenção à vida pessoal dos atores, até mesmo a seus aspectos mais mundanos, numa espécie de paralelo com seus filmes", disse Affleck, um dos alvos favoritos dos tablóides.

"Mesmo os filmes que você faz se tornam pit stops ou intervalos comerciais incidentais na telenovela de sua vida. Acho que isso é ruim para os atores, porque torna difícil para as pessoas se distanciarem deles, como pessoas, quando vão assistir a seus filmes".

As primeiras reações a Hollywoodland sugerem que os críticos tratarão Affleck com mais tolerância desta vez. Mas sua performance corre o risco de ficar à sombra de Diane Lane, que faz a amante mais velha de George Reeves no filme, e do premiado com o Oscar de melhor ator Adrien Brody, no papel de um detetive que é arrastado para dentro da investigação da morte misteriosa do ator.

Versão contestada
O filme propõe várias teorias para explicar como Reeves, que se tornou amplamente conhecido pelo papel de Superman no seriado de TV de enorme sucesso, morreu em junho de 1959 de um único ferimento a bala.

Num primeiro momento, sua morte foi vista como suicídio, que seria explicado pela depressão por ele não ter conseguido tornar-se um grande astro do cinema. Mas dúvidas surgiram quando foram encontrados outros dois buracos de bala no local de sua morte e não foram encontradas impressões digitais na arma.

O diretor novato Allen Coulter, conhecido sobretudo por seu trabalho nos seriados de TV Sex and the City e A Família Soprano, disse que há lições que se podem tirar hoje do que aconteceu há 50 anos.

"Este é um filme sobre o mundo no qual vivemos hoje, povoado pelo culto à celebridade, a necessidade que todos hoje, independentemente de qual seja seu trabalho, sentem de ver sua foto reproduzida nos jornais, de ter seus 15 segundos de fama".

"Hollywood promove a idéia de que apenas os glamurosos e famosos merecem realmente ser valorizados, e acho que, em última análise, é isso o que faz deste filme uma tragédia." A fama se torna tão importante, argumentou Affleck, que algumas pessoas chegam a contemplar o suicídio para consegui-la. Mas ele acrescentou: "Pessoalmente, prefiro não ser famoso a morrer".

Reuters
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