Veneza 2006 |
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Sexta, 1 de setembro de 2006, 14h40 Frears dá uma banana para a monarquia britânica |
No 63º Festival de Veneza, The Queen de Stephen Frears, que mostra uma família real cínica e desconectada com a realidade após a morte trágica da princesa Diana, se tornou uma sensação, antes mesmo de sua exibição oficial.
Já World Trade Center, do americano Oliver Stone, sobre os atentados de 11 de setembro, não convenceu os críticos. Veneza também contou com a presença de Spike Lee, cujo documentário sobre a tragédia de Nova Orleans, generosamente aplaudido durante as projeções à imprensa, se apresenta como um dos grandes favoritos da seção Horizontes.
"The Queen", que terá sua estréia mundial no sábado pela manhã, atiçava todas as curiosidades nesta sexta-feira. A imprensa italiana e o jornal do festival afirmam que um batalhão de advogados da família real foram enviados para Veneza para assistir à exibição.
Os organizadores do Festival, consultados pela AFP, não confirmaram esta informação, que também é desmentida categoricamente pelo Palácio de Buckingham e pela distribuidora do filme.
"Há um grande número de peças, filmes e poemas sobre à princesa de Gales Diana desde a sua morte, e sempre consideramos estas produções como sendo inteiramente da responsabilidade dos artistas envolvidos", respondeu à AFP o assessor de imprensa da rainha.
A companhia italiana VIM que distribui o filme na Itália afirmou à AFP ter entrado em contato com Buckingham em duas oportunidades "há algumas semanas" e que o Palácio não se pronunciou.
Verão de 1997. A popular princesa de Gales, Lady Diana, morre brutalmente em um acidente de carro em Paris, após ter sido caçada por paparazzi : a notícia surpreende a família real em plena noite.
A rainha Elizabeth II - Helen Mirren -, tirada de seu sono, convoca uma reunião de família, que ela dirige com um tom peremptório... de camisola rosa, uma chaleira na mão.
O príncipe Charles, vivido por Alex Jennings, embora estivesse divorciado de Diana, estava arrasado pela dor.
Ele é o único. Os outros membros da família real tinham os olhos secos: "Diana? O que ela fez agora ?", dispara o pai de Charles, o príncipe Philip, interpretado por James Cromwell. "Ela é ainda mais venenosa morta do que viva!", lança sua tia, furiosa por ter sido obrigada a abreviar suas férias.
O veredicto sai: o luto e os funerais da ex-esposa do herdeiro da Coroa britânica são um caso estritamente particular, considera Elizabeth II, uma decisão ditada seguindo o protocolo, mas tão rejeitada por uma opinião pública comovida pela morte de uma princesa tão querida.
"Show us you care" (Mostre a nós que você se preocupa), ladraram então os tablóides.
Por sua vez, Tony Blair, o primeiro-ministro trabalhista eleito após 18 anos de poder conservador, compreende, diante da maré de flores depositadas por anônimos em frente às grades do Palácio de Buckingham, o monstruoso erro de comunicação da rainha.
Baseado em biografias, arquivos e testemunhos de pessoas próximas à família real, Frears e seu roteirista Peter Morgan traçaram um retrato ácido de uma família real de coração duro e de práticas arcaicas.
"The Queen" deve muito à interpretação cheia de nuances da comediante de teatro Helen Mirren que mostra, sob a rigidez da rainha, os sacrifícios feitos por uma mulher prometida a um grande destino quando ainda era apenas uma jovem.
Anunciado com muito alarde, o primeiro filme sobre os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York, dirigido por Oliver Stone e exibido pela primeira vez na Europa, foi recebido friamente pelo exigente público especializado do festival.
Exibido fora de competição, "World Trade Center", que relata a história da sobrevivência de dois policiais da Autoridade Portuária de Nova York - John McLoughlin e Wil Jimeno -, que ficaram presos nos escombros das torres gêmeas enquanto tentavam ajudar as vítimas, foi vaiado e recebeu aplausos tímidos de poucos espectadores nas sessões para a crítica especializada.
De acordo com o jornal Il Corriere della Sera, o filme não parece de Stone.
O diretor de "Platoon","JFK" e "Nixon", que chegou ao Lido acompanhado pelos dois policiais que inspiraram o filme, foi ''bombardeado'' durante a entrevista coletiva com uma série de perguntas sobre seu propósito de tentar deixar de lado qualquer leitura política sobre os atentados que marcaram a vida da maior potência mundial.
"Em meu filme não há heróis, só pessoas normais. É o coração das pessoas que as ajuda a sobreviver enquanto a política divide", defendeu.
Definido como um filme pouco político e repleto de bons sentimentos, o longa-metragem não parece ter obtido o consenso que obteve nos Estados Unidos, onde figura entre os primeiros lugares das bilheterias desde que estreou, há quatro semanas.
Por último, outro cineasta polêmico, o americano Spike Lee, disse à imprensa do festival que seu documentário sobre o furacão Katrina tem como objetivo denunciar a má política do governo de George W. Bush.
"Acho que a tragédia de Nova Orleans e o fiasco no Iraque abriram os olhos dos americanos: a porcentagem de aceitação de Bush é baixíssima", declarou.
Exibido pela primeira vez no final de semana passada por uma tv a cabo americana, "When the Levees Broke: A Requiem in Four Acts" tem quatro horas de duração.
"Acho que aborrece o Bush e sua administração porque denuncia ter abandonado por dias e sem socorro os flagelados. Gostaria que este filme servisse de veículo para que o povo americano testemunhe ao mundo o que aconteceu".
"George Bush está confundindo o povo americano tentando equiparar Hitler, o comunismo e o fascismo com o que acontece no Iraque. Uma estupidez", sentenciou.
kv/fp-cn AFP 011337 SEP 06