Veneza 2006

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Quarta, 6 de setembro de 2006, 11h26 

Amelio diz que precisa de sorte para vencer em Veneza

Silvia Aloisi
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Sorte, mais do que qualidade, é o que um filme precisa para conquistar o prêmio máximo no Festival de Cinema de Veneza, disse Gianni Amelio, o último cineasta italiano a levar para casa o cobiçado Leão de Ouro do festival.

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Oito anos depois de seu filme Assim eles Riam sair vitorioso no Lido, Amelio está de volta com The Missing Star (La stella che non c'è), o mais ansiosamente aguardado dos três trabalhos italianos na competição oficial.

O longa conta a odisséia de um operário italiano que percorre a China em busca de uma fornalha quebrada. Ele foi aplaudido por oito minutos seguidos em sua estréia mundial no festival, criando a expectativa de que o Leão possa voltar para sua casa este ano.

"Acho que é preciso uma dose muito grande de sorte, não necessariamente de um bom filme", disse Amelio quando indagado sobre o que é preciso para ganhar.

"É preciso uma combinação feita de um filme que não é lixo e um júri que, nesse preciso instante, por alguma razão misteriosa, está na mesma faixa de onda que o seu filme", disse ele à Reuters em entrevista concedida na quarta-feira.

Aos 61 anos de idade, Amelio é um dos mais respeitados diretores italianos, devido a sua capacidade de imbuir suas histórias dramáticas, tiradas da vida real, de um toque sensível e discreto.

Inimigos no júri
Seus filmes O Ladrão de Crianças e América - O Sonho de Chegar foram grandes sucessos na Itália e tiveram boa recepção no exterior, enquanto As Chaves de Casa foi o candidato italiano ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira em 2005, tendo seus fãs se decepcionado profundamente quando não recebeu o prêmio maior em Veneza dois anos atrás.

"Já participei da competição oficial de Veneza cinco vezes e já integrei o júri, duas vezes aqui e uma vez em Cannes. Então sei como os filmes são vistos, que tipo de discussão o júri faz e como os jurados chegam a um veredicto", disse Amelio.

"A decisão final quase nunca é compartilhada por todos. Quase sempre é um acordo entre eles. O filme que vence é aquele que tem menos inimigos entre os jurados", explicou.

O júri deste ano, com sete integrantes, é presidido pela atriz francesa Catherine Deneuve e inclui diretores, atores e produtores de Espanha, Portugal, Estados Unidos, Rússia, Coréia do Sul e Itália.

"Quando vim para cá pela primeira vez, em 1982, eu era um diretor jovem que tinha feito poucas coisas ainda, e aquele era meu primeiro longa. Naquela época eu sentia uma ansiedade constante, tanto que não consegui permanecer no cinema - tive que sair depois de cinco minutos", recordou o diretor.

"Hoje é muito diferente. Se eu estivesse realmente doente de medo, se eu estivesse com medo das pessoas, então o que deveria me preocupar é o público desta noite, quando o filme vai estrear em cinemas em toda a Itália. Esse é o momento da verdade", disse ele.

Nuovomundo, de Emanuele Criasele, e a produção italo-francesa Quei Loro Incontri completam o trio de filmes italianos entre os 21 que compõem a competição principal de Veneza este ano.

Reuters
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