Ang Lee dedica Leão de Ouro a Ingmar Bergman

O diretor Ang Lee dedicou o Leão de Ouro que recebeu no Festival de Cinema de Veneza, neste sábado, com o filme Lust, Caution, a Ingmar Bergman, morto em julho.

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Lee disse que não esperava voltar tão cedo ao Lido para receber "esse Leão indomável" e lembrou também a sorte reiterada de ter Zhang Yimou por perto, pois quando venceu o Urso de Prata por O Banquete de Casamento, o diretor chinês também era o presidente do júri do festival alemão.

É um reconhecimento até merecido da boa fita, mas a recente premiação do taiuanês (que levou o prêmio em 2005 com Brokeback Mountain) faz questionar se não seria mais representativo e forte para um festival europeu um filme de um diretor mais novo e saído do continente, como o pungente La Graine et le Mulet, do tunisiano baseado na França Abdellatif Kechichian, que recebeu o prêmio da crítica junto de Man from Plains.

Com a decisão do júri, oficializou-se a polarização do programa deste ano entre o cinema asiático e o americano. O primeiro tem se tornado uma questão de honra para Veneza, desde a valorização de cineastas como o próprio Zhang Yimou.

Hollywood, por sua vez, foi atraído ao festival para junto trazer suas estrelas e flashes. Acertadas e inatacáveis são as premiações para a intérprete revelação - há apenas uma escolha, independente do sexo - dada a Hafsia Herzi e o roteiro de It's a Free World assinado por Paul Laverty, colaborador contumaz do diretor britânico Ken Loach.

Estranhamento mesmo gerou o prêmio consolação para Nikita Mikhalkov. Seu 12, sobre o julgamento, por doze homens de diferentes personalidades e classe sociais, de um jovem checheno que assassinou o pai, foi para muitos críticos estrangeiros - leia-se não italianos - o melhor filme exibido nesta mostra.

Especial para Terra