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James Mangold explica uso da música "Hurt", de Johnny Cash, no trailer de Logan

Sem spoilers, cineasta ainda comenta as questões existenciais que permeiam o filme e a importância das cicatrizes do Wolverine para essa proposta.

21 out 2016 - 18h11
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O trailer de Logan é fantástico! Depois de X-Men Origens, péssimo, e do irregular Wolverine: Imortal (que decai muito no fim), Hugh Jackman merece um grande filme derradeiro como o mutante que tão bem interpretou ao longo de 17 anos. A prévia nos deixou com essa expectativa, pelo tom e por uma de suas principais escolhas: a música "Hurt", interpretada por Johnny Cash.

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

Logan: bem envelhecido."Obviamente, eu tenho uma conexão e predileção por Johnny Cash, seu tom, sua mensagem e sua música. Mas o verdadeiro condutor dessas decisões é tentar nos separar, de modo eficiente, de outros filmes de super-heróis", disse James Mangold, em entrevista à Empire. O diretor conta algo muito positivo: embora algumas obras tentem se vender como todas as outras, faturando em cima disso, Logan busca exatamente o contrário.

"Achamos que entregaremos algo um pouco diferente e quisemos ter certeza de que estamos vendendo ao público baseados nessa diferença. A música de Cash, de alguma forma, nos separa do convencional, do bombástico, da orquestra, do tiroteiro, das portas se abrindo e batendo, da metodologia do tipo explosão de alguns desses filmes", esclareceu Mangold.

Xavier também enfrenta questões da vida em Logan.James Mangold explica que tanto ele como Hugh Jackman buscaram isso para dar uma despedida grandiosa ao Wolverine. "Quantas vezes é possível salvar o mundo de um jeito ou de outro?", ele perguntou, de maneira retórica. Então, ele disse que a forma de fazer algo mais original seria investir numa história baseada no personagens e suas questões existenciais, até mesmo seus poderes.

Sendo assim, fica claro por que o realizador e sua equipe escolheram "Old Man Logan" como o último filme da trilogia do Wolverine. E um elemento importante nesse arco é a diminuição do poder de regeneração do mutante — que surge cheio de cicatrizes no trailer. Eis a explicação de James Mangold sobre essa grande mudança em relação a tudo que vimos sobre o personagem no cinema, na íntegra.

Uma das coisas em que todos pensamos ao trabalhar nesse filme é que não queríamos reconstruir tudo. Queremos algumas questões. Para fazer um Logan diferente, um filme do Wolverine com um tom diferente, sentimos que não devíamos nos ater, religiosamente, a todas as tradições estabelecidas em todos os filmes, ou ficaríamos presos em decisões tomadas antes antes de nós. Então, questionamos por que o fator de cura de Logan o leva a se regenerar sem ao menos uma cicatriz. Imaginamos que poderia ter sido assim quando ele era mais jovem, mas, com a idade, ele está ficando mais velho e doente. Talvez seu fator de cura já não produza a pele macia de um bebê. Por isso imaginamos que ele se regenera rapidamente; porém, fica uma cicatriz. A simples ideia é de que seu corpo começaria a ficar um pouco mais desgastado, com uma espécie de tatuagem das batalhas do passado, lacerações que ficam de conflitos anteriores.

A entrevista do cineasta à Empire foi tão boa que, além de esclarecedora, animadora, não revelou quem seria a pessoa que morre em Logan. James Mangold se negou a dizer se seria o decrépito Professor Xavier (Patrick Stewart), e explicou: "Estamos no futuro, passamos muito do epílogo de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. [...] Encontramos esses personagens em circunstâncias um pouco mais reais; Questões sobre envelhecimento, solidão, pertencimento. 'Será que eu ainda sou útil a esse mundo?' Vi isso como uma oportunidade."

Logan estreia nos cinemas brasileiros no dia 2 de março de 2017.

AdoroCinema
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