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The OA: "Não conhecemos as tramas ou quem estará na nova temporada. É tudo um mistério", revela Paz Vega (Entrevista)

A atriz viveu a talentosa Renata na primeira temporada da série.

23 abr 2017 - 08h21
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Conhecida pelos trabalhos em Lúcia e o Sexo, Fale com Ela e Espanglês, Paz Vega ficou um pouco fora dos holofotes nos últimos tempos, embora nunca tenha parado de atuar. No final de 2016, a atriz ressurgiu em uma aguardada produção, a misteriosa série da Netflix The OA.

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

AdoroCinema foi até Miami, nos Estados Unidos, para conversar com a atriz, que interpreta Renata na produção. Trata-se de uma das prisioneiras do Dr. Hap Percy. 

Você foi a última a ser raptada pelo vilão. O que acontecerá na próxima temporada? Você já sabe alguma coisa?

A verdade é que ninguém sabe. Brit Marling e Zal Batmanglij estão escrevendo os roteiros agora. Ainda não conhecemos as tramas, quem estará na temporada. É tudo um mistério.

Quando a série foi lançada, a Netflix simplesmente liberou a temporada sem anunciá-la, sem mostrar comerciais. O que te atraiu na série? O que você espera da segunda temporada?

Acho que parte do sucesso da série é o mistério. Ninguém sabia de nada. Foi uma surpresa. Certo dia, a Netflix anunciou o lançamento. Eu mesma, que faço parte do projeto, não sabia quando seria lançado. O fato de ninguém saber nada sobre a série é bom para o projeto. Faz parte do mistério, do segredo. A verdade é que não sei o que esperar da segunda temporada porque tudo está em aberto. Tudo pode acontecer e será potente, assim como foi a primeira. Continuará sendo uma série que coloca questões, que não deixará as pessoas indiferentes e que criará um debate. Isso é muito importante, faz parte do DNA de The OA.

A série tem muitos fãs e muitas pessoas que não gostam dela. O que faz com que as pessoas amem a série?

Todos que encontrei disseram que gostaram da série. O feedback costuma ser positivo. É claro que há gente que não gosta, mas não tem problema. É assim com as coisas especiais: ou você ama ou odeia. O médio é agradável para todos e isso não me interessa. Acho que a negatividade tem a ver com a mentalidade estadunidense. Digo isso porque a maioria dos comentários negativos vêm de pessoas dos Estados Unidos, que querem encontrar um sentido para a série. Mas, às vezes, não há respostas. Para certas perguntas existem respostas e para outras não. É preciso se deixar levar e fluir com a proposta que o diretor faz. Por isso a série funcionou tão bem na América Latina, por isso temos muitos fãs por lá: nós, latino-americanos, talvez tenhamos a mente mais aberta, somos mais capazes de nos deixar levar, de nos apaixonar pelo que estamos vendo sem tentar questionar ou encontrar uma resposta. Os estadunidenses, nesse sentido, são mais quadrados. É uma teoria pessoal.

The OA é uma série muito singular, que tem muitos momentos loucos. O que te interessou quando você leu o roteiro?

Ler os roteiros foi um choque para mim. Não entendi a maioria dos eventos porque precisava da visão do diretor, precisava saber como a série seria feita. Foi impressionante. Sabia que era um projeto diferente, único e percebi que precisava conversar com o diretor para entender o que aconteceria. Quando conversei com Zal, ele me convenceu de que se tudo saísse como ele planejava, estaríamos muito bem.

Você acha que a série é apenas sobre espiritualidade ou ela carrega outros temas?

Há uma parte espiritual, que é muito importante, mas, para mim, a série é mais sobre o poder da narrativa. Acho que o ser humano precisa acreditar em algo. Não importa se é real ou não, o ser humano precisa crer. É isso que acontece com os escolhidos: eles realmente precisam acreditar na história contada pela OA. As histórias e os contos têm o poder de curar. As crianças querem ouvir histórias porque precisam crer em algo, precisam visualizar algo em suas mentes. Isso é muito importante, muito belo e em The OA há um pouco dessa temática.

No que você acredita?

Sou humanista, creio no ser humano e na bondade eterna e infinita que as pessoas podem ter, que podem exercer. Creio nisso. Não digo que sou totalmente ateia, mas acredito mais no ser humano.

Como foi a experiência de filmar em Cuba?

Foi minha primeira vez em Cuba, foi fabuloso, uma mistura de sensações incrível. Primeiro pelo choque visual que você leva quando chega lá. As diferentes texturas, o ruído provocado pelos prédios velhos… Essa mescla de ruínas com beleza me fascinou. Os cheiros, as atitudes das pessoas… É incrível como as pessoas aprenderam a viver com nada. E vivem felizes lá. Desde a chegada no aeroporto, as pessoas te recebem com um sorriso, são muito positivas, prestativas. Isso é incrível. É algo que não acontece nos Estados Unidos. É chegar lá e encontrar regras, caras fechadas. Tive uma experiência maravilhosa em Cuba e quero regressar com meu marido para desfrutar.

Você sabe tocar violão?

Não. Não sei.

Como foi filmar as cenas em que toca violão?

Foi complicado. Essa parte técnica, em que nós atores precisamos enfrentar algo que não controlamos e que precisamos fazer como se controlássemos, é difícil. Mas foi muito bom porque tive a ajuda e o apoio de uma violonista cubana. A música que Renata toca foi criada por ela. Tudo o que tive que fazer foi interpretar a música com meu corpo, com meus gestos, com minha expressão. O que fiz foi uma interpretação dessa peça. Os méritos são dessa violonista virtuosa.

Que mensagem você acha que The OA leva às pessoas?

Para mim, a mensagem final é o que disse antes: as histórias e os contos podem curar. Não importa se é verdade ou não, o ponto é se a história te faz bem, se te cura. A mensagem, para mim, é essa: as histórias curam e podem salvar o ser humano. O ser humano pode ser salvo através da narração de histórias, da realização de filmes.

É provável que toda essa história não passe de uma invenção de Prairie?

Sim, é provável. Essa é uma das teorias que circulam por aí.

Você pode ser um produto da imaginação dela?

Sim, mas o importante é saber se minha história ajudou alguém. O ponto é o poder curador das histórias. Mas não sabemos. Esse é o debate gerado pela série, se o que ela está dizendo é uma invenção ou não. Não sabemos. Eu não sei.

O AdoroCinema viajou a convite da Netflix.

AdoroCinema
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