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"Ao interpretar Jesus senti emoção e também medo", afirma Rodrigo Santoro

21 ago 2016 - 17h08
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O ator Rodrigo Santoro viveu um momento especial em sua carreira em Hollywood ao interpretar Jesus na nova versão de "Ben-Hur", um desafio que enfrentou com "emoção", mas também "com muito medo" e "responsabilidade".

"Quando me disseram que interpretaria Jesus foi como uma combinação de sentimentos: emoção, êxtase e muito medo e responsabilidade", disse Santoro em entrevista à Agência Efe.

"Acredito que nenhum ator recusaria algo assim. É uma das histórias mais intensas, profundas e bonitas, senão a mais", acrescentou o ator, que explicou que dar vida a Jesus Cristo foi "uma experiência única" que não pode "comparar com nada".

Santoro divide cenas com atores como Jack Huston e Morgan Freeman na nova versão de "Ben-Hur", que estreou esta semana no Brasil e que, sob a direção de Timur Bekmambetov, reinventa o célebre filme de 1959 protagonizado por Charlton Heston.

Embora o cerne de ambos seja o mesmo, o enfrentamento entre Judah Ben-Hur e Messala com uma espetacular cena final em uma corrida de quadrigas, este novo filme oferece algumas novidades, como a subtrama religiosa que ganhou um peso muito mais relevante.

Assim, se no filme de Charlton Heston nunca se via o rosto de Jesus Cristo, neste longa-metragem é um personagem com voz, rosto e muita importância no desenvolvimento da história.

Santoro contou que para esse papel se perguntou "como humanizar uma figura como a de Jesus, como fazer com que seja alguém com quem as pessoas possam sentir-se identificadas".

Neste sentido, afirmou que uma de suas ideias foi mostrar Jesus, em sua primeira cena no filme, como um carpinteiro no mercado, como um trabalhador a mais.

"São detalhes, pequenas coisas que o deixam mais próximo, mas sempre respeitando as escrituras e os evangelhos", esclareceu.

O ator também explicou que buscou inspiração em filmes como "O Rei dos Reis" (1961) e "A Última Tentação de Cristo" (1988) e assim se deu conta que em todas as representações de Cristo a mensagem comum era "o amor incondicional".

Com este ponto de partida, Santoro tentou adotar a mensagem de Jesus em sua vida diária e criar em seu interior "um templo" de amor do qual pudesse abordar seu papel da maneira mais próxima possível, uma experiência que lhe levou, além disso, a uma viagem muito pessoal.

"É muito espiritual. Claro que no dia a dia você tem e-mails a responder, ligações a fazer, contas a pagar. Não estou em um templo no Himalaia, tenho uma vida moderna na cidade. Mas à margem disso, manter esse sentimento é um desafio e é a direção que eu gostaria de seguir", comentou.

Embora Santoro não se considere uma pessoa religiosa, ressaltou que cresceu em um ambiente familiar muito conectado com a faceta espiritual e abstrata da condição humana.

"Alguns acreditam, alguns não. Mas quando as coisas vão realmente mal, nos sentimos perdidos, apanhamos da vida e tudo o que achamos saber desaparece, tenho certeza que todos acreditamos que há algo mais", opinou.

O ator voltará à televisão, desta vez nos Estados Unidos, com "Westworld", um ambicioso projeto da emissora "HBO" que conta em seu elenco com Anthony Hopkins e Ed Harris e tem J.J. Abrams como produtor executivo.

Ainda sob máximo segredo, Santoro antecipou que seu personagem "é um dos mais divertidos" que já interpretou e assegurou que "Westworld" é "visualmente muito bonita", mas também "muito metafórica" ao falar da inteligência artificial e da humanidade.

EFE   
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