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Cannes aposta em velhos conhecidos para brilhar em sua 70ª edição

13 abr 2017 - 17h52
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O Festival de Cannes recorrerá a velhos conhecidos como a americana Sofia Coppola, o austríaco Michael Haneke e o francês Michel Hazanavicius para levar brilho à sua 70ª edição, marcada pela ausência em sua competição oficial de diretores latino-americanos.

Com "Les fantômes d'Ismaël", filme sobre a vida de uma cineasta transtornada pelo reaparecimento de um velho amor, o francês Arnaud Desplechin inaugurará o festival no dia 17 de maio e porá sobre o tapete vermelho as atrizes Marion Cotillard e Charlotte Gainsbourg.

Embora os organizadores se reservem o direito de acrescentar novos nomes à lista, 18 filmes foram confirmados hoje na disputa pela Palma de Ouro, cuja sorte estará nas mãos do diretor e produtor espanhol Pedro Almodóvar, presidente do júri.

Dos 1.930 longas-metragens apresentados, 265 a mais que há seis anos, passaram pelo crivo "O Enganado", de Coppola; "Le redoutable", de Hazanavicius, e "Happy End", de Haneke, que busca sua terceira consagração em Cannes após seu êxito em 2012, com "Amor", e em 2009 com "A Fita Branca".

O americano Todd Haynes, com "Sem Fôlego", a japonesa Naomi Kawase, com "Hikari", e o grego Yorgos Lanthimos, com "The killing of a sacred deer", junto aos franceses François Ozon, com "L'amant double", e Jacques Doillon, com "Rodin", se somaram à lista de privilegiados que tentarão fazer história na Croisette.

São produções que falam sobre imigração, sobre a situação da Rússia profunda, sobre a luta contra a aids ou sobre algumas das grandes figuras da cinematografia, como Jean-Luc Godard (o filme de Hazanavicius), e que evidenciam que o cinema, segundo o curador geral do festival, Thierry Frémaux, "é uma maneira de pensar no que é o mundo".

"Se um festival é político é porque os cineastas o são", acrescentou Frémaux na apresentação de uma edição que procura ser "festiva" mesmo em meio às grandes medidas de segurança que, em pleno estado de emergência em França pelos recentes atentados jihadistas, tentarão evitar incidentes.

Os organizadores destacaram que, embora a seleção dos filmes deste ano e os atos para celebrar seu 70º aniversário tenham ido por caminhos paralelos, certos elementos se conjugaram para que a comemoração seja especial.

Dessa forma, David Lynch apresentará os dois primeiros episódios do regresso de "Twin Peaks", a neozelandesa Jane Campion estreará a segunda temporada de "Top of the Lake", a atriz Kristen Stewart exibirá seu primeiro curta como diretora, "Come Swim", e o falecido Abbas Kiarostami será homenageado com a projeção de "24 frames".

Além disso, será apresentada a sequência de "Uma verdade inconveniente", o documentário sobre mudança climática impulsionado por Al Gore, que volta ao mesmo tema após os acordos de Paris e a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Em uma edição sem medo de inovar haverá espaço também para a realidade virtual com o curta do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, "Carne y Arena", que, segundo Frémaux, "fará sentir algo tão novo que abrirá um novo período".

Iñárritu, que não faz parte da competição, é, junto com Almodóvar, um dos poucos nomes latinos desta edição, à espera de que se conheça a participação nos próximos dias de seções paralelas como a Quinzena de Produtores e a Semana da Crítica.

E como nem só de inovação vive Cannes, o festival garante a atenção sobre seu cotado tapete vermelho com a presença de estrelas consagradas ou emergentes.

Nicole Kidman, Elle Fanning, Joaquin Phoenix e Colin Farrell defenderão o filme de Coppola; Emma Thompson e Dustin Hoffman promoverão "The Meyerowitz Stories", do americano Noah Baumbach, em sua luta pela Palma de Ouro, e Michelle Williams e Julianne Moore acompanharão Haynes em "Sem Fôlego".

"Tudo pode acontecer", antecipou Frémaux, que nos próximos dias revelará os demais atos pensados para comemorar os 70 anos de um festival que, em suas palavras, não vive da lembrança, mas reconhece sua história.

EFE   
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