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Cinema ibero-americano pede alianças em coprodução e distribuição de filmes

14 fev 2017 - 13h56
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Representantes da indústria do cinema espanhol e latino-americano defenderam nesta terça-feira alianças em matéria de coprodução e distribuição de filmes, não só em salas, mas também nas plataformas digitais.

Em um ato no Instituto Ibero-americano da capital alemã realizado no marco da Festival de Berlim, o cineasta brasileiro Marcelo Gomes considerou que a coprodução é "fundamental", já que permite chegar a um financiamento mais rápido e aprender também sobre o trabalho com os outros países.

"Para nós, por nossa língua rara, o português, é muito difícil chegar a outros países latino-americanos", acrescentou Gomes, cujo filme "Joaquim" concorre ao Urso de Ouro.

"É preciso pensar em alternativas para não ficarmos tão angustiados", disse o brasileiro em tom otimista, que deu como exemplo a "experiência incrível" de um projeto em São Paulo que criou 65 salas de cinema na periferia da cidade, nas quais são exibidos filmes latino-americanos a preços muito populares.

Já o cineasta espanhol Álex de la Iglesia advertiu que o mundo do cinema é "uma autêntica guerra, uma batalha louca" de reuniões e entrevistas na qual "o fundamental é identificar o inimigo".

Para ele, é "absurdo e ridículo" que os representantes do cinema latino-americano não trabalhem juntos contra o que gera a "concorrência desleal" e que, mesmo "tendo idiomas comuns", não busquem canais para essa colaboração.

De la Iglesia ressaltou que "a verdadeira batalha está acontecendo na internet" e o cinema ibero-americano a está carente de plataformas legais próprias, como Netflix e HBO.

"Esperamos pacientemente por quem nos tomou terreno", completou o espanhol, que ressaltou que as plataformas digitais só são um problema para quem as têm.

Por sua vez, Andrés Bayonne, diretor do Festival Internacional de Cinema de Bogotá (BIFF), lembrou que uma vez disse que via os festivais como "hospitais" onde iam diretores fracos, e que por isso o cineasta espanhol Carlos Saura recriminou sua "visão asquerosa do mundo" e respondeu que os festivais são "a salvaguarda da criatividade".

Logo após, Marcelo Gomes se disse orgulhoso por ter estreado todos os seus filmes em "hospitais", e ressaltou que sem essas oportunidades muitos não teriam a chance de chegar ao público.

EFE   
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