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Em Tóquio, Scorsese lança "Silêncio" e homenageia cristãos escondidos

16 jan 2017 - 09h23
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O cineasta Martin Scorsese declarou em Tóquio nesta segunda-feira sua admiração pelos "kakure kirishitan", os cristãos escondidos japoneses torturados pelas autoridades do país no século XVII, um capítulo da história contado em seu novo filme.

"Sinto uma grande admiração por sua coragem e sua convicção", disse o premiado diretor americano durante a apresentação de "Silêncio" no Japão, que tem estreia prevista para o próximo sábado e que deve chegar ao Brasil no início de fevereiro.

Segundo Scorsese, lançar o filme no Japão "é como um sonho que se torna realidade" após uma "peregrinação" pessoal que durou quase 30 anos.

"Foi um longo processo, principalmente, porque a primeira vez que li o livro senti que queria fazer o filme, mas não sabia como. Tinha muito que ver com as minhas próprias inclinações religiosas e minhas dúvidas", confessou, emendando que "Silêncio" é o resultado de um grande movimento de "aprendizagem de tentativa e erro".

Baseado no livro homônimo do japonês Shusaku Endo (1923-1996) publicado em 1966, o filme narra o desespero de missionários jesuítas portugueses no século XVII ao se depararem com o silêncio de Deus frente às torturas das autoridades japonesas contra os católicos.

Apesar de a Igreja Católica já ter tido 400 mil fiéis, "atualmente restam algumas centenas", explicou durante o evento Shigenori Murakami, de 66 anos, descendente de um dos torturados.

Ele confessou que chorou ao ver o filme e disse que gostaria que todo mundo tivesse a oportunidade de assistir ao longa.

"Ele narra a história de nossos antepassados, que deram a vida para manter a fé", afirmou.

Scorsese, que agradeceu a participação de Murakami no evento como mostra do legado daqueles que são retratados no filme, declarou tentou ser "o mais real possível" no filme em respeito aos católicos japoneses.

EFE   
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