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 Eu Não Conhecia Tururu

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Atriz brasileira radicada na Europa há 34 anos, Florinda Bolkan, nasceu no Ceará e se chamava Florinda Bulcão. Sua beleza tropical impressionou diversos diretores europeus, como Luchino Visconti e Elio Petri, e ela chegou a ganhar um prêmio, no New York Film Critics Circle por sua atuação como protagonista do drama Amargo Despertar (1975), de Vittorio De Sica.

Aos 60 anos, que não aparenta, a bela e sóbria Florinda é presença rara nas telas - uma de suas últimas aparições no cinema nacional foi em Bela Donna (1997), de Fábio Barreto.

Em 2000, ela seguiu o sonho que é comum a muitos atores, sentando-se na cadeira de diretora e roteirista. Seu primeiro longa, Eu Não Conhecia Tururu, foi filmado inteiramente nas paisagens cearenses que ela conhece tão bem.

Antes da pioneira exibição, no Festival de Gramado, com a elegância de sempre e um português já marcado por um leve sotaque, a diretora pediu clemência da platéia gaúcha. Houve aplausos e a avaliação geral então não foi impiedosa.

Sem dúvida, há os tropeços de roteiro e condução que se pode esperar de uma iniciante. Mas o filme tem o mérito de colocar na tela uma visão feminina para recontar a história de uma família toda de mulheres.

Quatro irmãs (Maria Zilda Bethlem, Suzana Gonçalves, Ingra Liberato e a própria Florinda), que vivem longe uma da outra, reúnem-se para o quarto casamento de uma delas (Suzana), desta vez com um jovem de 21 anos (Daniel Dias).

A mãe do clã (Lídia Matos, troféu de melhor atriz coadjuvante em Gramado) já exibe sinais de arteriosclerose. Enquanto isso, as filhas se posicionam de diferentes modos perante a vida e o amor.

Eleonora (Florinda), a mais velha, é escritora, mora na Europa e acaba de romper o casamento de 20 anos com um editor. Rose (Maria Zilda, prêmio de melhor atriz em Gramado) é pintora, ousada, irreverente e tem um caso com um homem casado (Herson Capri). Isabel (Ingra), a mais nova, vive nos EUA, é casada com um político e desafoga sua infelicidade na bebida.

De uma forma até ousada, a diretora introduz no enredo um caso homossexual, vivido entre ela própria e uma jovem italiana, Selvaggia (Valentina Vicario), filha de seu ex-marido.

Mesmo derrapando nas incertezas da diretora iniciante, o filme tem o mérito de reintroduzir uma discussão que muitos consideravam superada desde os anos 60, a da tolerância sexual.

Tendo a coragem de uma tomada de posição pelos direitos homossexuais femininos - menos por discurso militante que não existe, do que pela simples colocação de um casal de mulheres - o filme ganha até uma inesperada seriedade.

Dramaticamente, porém, espera-se que uma nova tentativa de Florinda tenha maior consistência.

 
Ficha Técnica
Titulo original Eu Não Conhecia Tururu
Gênero Brasil,Drama
Ano 1997
Distribuidora Riofilme
Duração 100 min.
Cor Colorido
Som Dolby Stereo
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