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Kirk Douglas, o "cara durão", completa 100 anos

8 dez 2016 - 06h02
(atualizado às 08h46)
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Kirk Douglas em foto de outubro de 2016
Kirk Douglas em foto de outubro de 2016
Foto: Getty Images

Kirk Douglas, que nesta sexta-feira (9) completa 100 anos, tem a força em sua natureza, fez história em Spartacus e como um "cara durão", que, curiosamente, contracenou mais com homens do que com mulheres.

Seu envolvimento emocional com os atormentados e impulsivos personagens que encarnou deram a ele sua fama de "durão"; são históricos seus duelos (quase sempre, cheios de inveja) com Burt Lancaster, com quem trabalhou em sete filmes, entre eles Sete Dias de Maio (1964) e Sem Lei e Sem Alma (1957).

Douglas, que reconhecia esse complexo, disse após seu penúltimo filme com o ator: "Finalmente me livrei de Burt Lancaster. Minha sorte mudou para melhor. Agora trabalho com meninas bonitas".

Entre o primeiro trabalho juntos, Estranha Fascinação (1948), e o último, Os Últimos Durões (1986), os atores ensaiaram uma amizade que não escapou dos boatos de ser uma relação fingida.

A partir de Sem Lei e Sem Alma, o mulherengo, viril e arrogante Issur Danielovitch Demsky, filho de imigrantes judeus analfabetos (Douglas escolheu este sobrenome artístico por ser fã de Douglas Fairbanks), começou a colecionar "duelos" cinematográficos masculinos que entraram para a história.

O seguinte foi com Anthony Quinn em Sede de Viver. Com Tony Curtis, mediu forças em Vikings, Os Conquistadores (1958). Em 1959, filmou O Discípulo do Diabo, onde voltava contracenar com Lancaster, embora a cena mais lembrada seja exatamente a do julgamento no qual Douglas enfrenta, em um diálogo cheio de cinismo, sir Laurence Olivier.

Kirk Douglas durante evento em 2013
Kirk Douglas durante evento em 2013
Foto: Getty Images

No ano seguinte, Douglas trabalhou com Kim Novak em O Nono Mandamento, uma prévia para seu "duelo" definitivo, o mais sólido, o que marcaria o resto de sua vida e sua carreira.

Em 1960, Douglas tornou-se produtor, ator e quase diretor de Spartacus, filme que começou a ser rodado com a direção de Anthony Mann, mas que passou para as mãos de Stanley Kubrick pelas pressões do "chefe".

Kubrick, então um jovem de trinta e poucos anos, viu como o poder de Douglas acabava suas ambições cinematográficas: "Eu era o diretor - disse, sobre a filmagem de Spartacus -, mas minha voz era como qualquer outra aos ouvidos de Kirk".

O filme, que teve um orçamento colossal (US$ 12 milhões, equivalente a uma produção atual de mais US$ 100 milhões) era, aparentemente, um filme histórico, mas sua mensagem progressista, que enfatizava a revolta do gladiador contra a Roma do ano 73 a.C., fez com que Hollywood o olhasse de outra maneira.

De fato, Douglas baseou o filme em um romance adaptado por Dalton Trumbo, uma das principais vítimas da "caça às bruxas" que visava comunistas.

Mas o mais notável foi a escolha do elenco.

"Era um filme formidável. Além de mim, a história atraiu Laurence Olivier, Charles Laughton, Peter Ustinov, Jean Simmons e Tony Curtis. Havia uma cena maravilhosa com Laurence e Tony na piscina, mas havia um certo cunho homossexual e não permitiram que a cena fosse exibida", lembrou Douglas.

A carreira do ator seguiu com Sua Última Façanha (1962), filme que anos mais tarde inspiraria Rambo - Programado Para Matar.

O duelo, neste caso, era praticamente consigo mesmo, embora tenha cenas memoráveis com o xerife Walter Matthaw e com seu amigo preso Michael Kane.

Com John Wayne, Douglas trabalhou em A Primeira Vitória (1965); À Sombra de um Gigante (1966), onde também contracenou com Frank Sinatra, e o western Gigantes em Luta (1967).

Em Paris Está em Chamas? (1967), o histórico filme sobre a ocupação alemã da capital francesa em 1944 sobre o romance de Larry Collins e Dominique Lapierre, que foi adaptado pelos roteiristas Francis Ford Coppola e Gore Vidal, Douglas mantém o tipo "durão" frente a Orson Welles, Jean-Paul Belmondo e Charles Boyer.

No mesmo ano, rodou com Robert Mitchum e Richard Widmark Desbravando o Oeste, e, em 1970, Ninho de Cobras, o único western dirigido por Joseph L. Mankiewicz, com o "malvado" Douglas medindo forças com o "mocinho" Henry Fonda.

Depois, Douglas enfrentou Yul Brynner em O Farol do Fim do Mundo (1971); Johnny Cash em O Duelo (1971); Giuliano Gemma em Um Homem a Respeitar (1972); John Cassavetes em A Fúria (1978), e em 1979, Arnold Schwarzenegger (neste caso, uma parceria para esquecer) em Cactus Jack, o Vilão.

EFE   
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