58º Festival de Berlim

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58º Festival de Berlim

Terça, 12 de fevereiro de 2008, 16h56 Atualizada às 00h08

Comédia de Mike Leigh mostra esperança em mundo sombrio

O diretor Mike Leigh oferece às pessoas mal-humoradas, infelizes e cínicas do mundo uma comédia divertida sobre uma professora londrina incorrigivelmente otimista e despreocupada.

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O filme descontraído de Leigh, Happy-Go-Lucky, provocou risos e aplausos em sua première mundial na terça-feira diante de um público de críticos no Festival de Cinema de Berlim, evidentemente já cansados dos filmes sombrios vistos até agora no evento.

"Vivendo num mundo que se dirige à catástrofe, é importante rejeitar a tendência crescente de pessimismo e eterna infelicidade", disse Leigh, que completa 65 anos na próxima semana. "Meu filme expressa um sentimento importante."

Sally Hawkins representa uma professora primária solteira em Londres, Poppy, que não se deixa contagiar pelo mau-humor de seu instrutor de direção rabugento, sua professora de flamenco dominadora, um balconista mal-humorado numa livraria ou sua irmã, grávida e infeliz.

Com otimismo contagiante, ela vive rindo e fazendo piadas e não se assusta com a possibilidade de tornar-se solteirona ou não ter aposentadoria guardada para o futuro, como sua irmã a faz lembrar.

Mesmo quando a bicicleta com a qual percorre as ruas de Londres é roubada, a primeira coisa que Poppy pensa é: "Eu nem tive a chance de me despedir dela!".

Leigh, que recebeu três indicações ao Oscar em 2005 por seu filme sombrio O Segredo de Vera Drake, sobre uma aborteira de fundo de quintal em Londres na década de 1950, disse que seu objetivo não foi ridicularizar as pessoas de espírito negativo.

"Não existe prazer niilista em mostrar as pessoas sob ótica negativa. Meu trabalho é mostrar às pessoas como elas são. Existe o bom e o ruim. Existe muita energia negativa."

"Embora meu filme seja uma comédia, sua mensagem é séria", disse ele. "Além da realidade da dor e do sofrimento, acho que é igualmente importante celebrarmos a vida, sempre e como pudermos."

Reuters

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