58º Festival de Berlim

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58º Festival de Berlim

Sexta, 15 de fevereiro de 2008, 16h39 Atualizada às 17h33

Scarlett Johansson e Natalie Portman são destaques em Berlim

Scarlett Johansson e Natalie Portman apresentaram uma versão sexy à tortuosa vida das irmãs Bolena e o veterano Andrzej Wajda mostrou sua versão sobre um fato histórico em Katyn no sprint do Festival de Berlim, que neste sábado realizará a entrega dos Ursos.

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The other Boleyn Girl e o filme de Wajda, sobre o massacre de oficiais poloneses pelos soviéticos, chegaram a Berlim fora de competição, mas com um potencial midiático superior a Ballast, o filme que fechou nesta sexta a apresentação dos 21 concorrentes.

Scarlett e Natalie, Mary e Ana Bolena, respectivamente, mais Eric Bana no papel do rei Enrique VIII da Inglaterra, que tem filhos com uma e outra, em detrimento da genuína rainha Catalina - vivida pela atriz Ana Torrent - , foi um desfile de beleza ideal para o tapete vermelho.

"Qualquer um se sente como um rei trabalhando com elas", afirmou Eric Bana, explicando que sua personagem se envolve com Mary, "um doce raio de sol", e Ana, "um desafio".

Da delicadeza da primeira, Enrique VIII passa à provocação de Ana, que primeiro obriga o Rei a mandar Mary outra vez ao campo, apesar de ter acabado de dar à luz, depois a desfazer-se de Catalina e finalmente romper com Roma.

"É um filme de mulheres poderosas, cada uma à sua maneira, que rompem os planos manipuladores impostos pelos homens", resumiu Natalie Portman. De gravidez em gravidez, Ana faz intrigas, até acabar decapitada.

O filme sobre as irmãs Bolena retrata as leis ainda medievais, que possibilitavam às Bolena entregarem cada filha que vinha ao mundo em troca de um descendente masculino no palácio.

O novato Justin Chadwick, diretor do filme, levou ao tapete vermelho seu trio de estrelas, enquanto Andrzej Wajda impactava a platéia com sua recriação de um capítulo importante da História mundial: o massacre de 22 mil oficiais poloneses, após a invasão do Exército nazista à Polônia pelo oeste e do Exército soviético pelo leste.

"Os poloneses estavam totalmente desorientados e não reagiram. Não sabiam sobre o pacto entre Hitler e Stalin", explicou Wajda.

Enquanto os soviéticos capturavam os oficiais e os matavam um a um, os nazistas enviavam os intelectuais poloneses aos campos de extermínio.

"É a história de mulheres como minha mãe, que durante anos confiaram no retorno do marido, enquanto os soviéticos apagavam provas de seu massacre", explicou Wajda.

De viúvas que esperam por maridos que nunca voltarão, mães que vêem o filho em outro soldado que conseguiu retornar, irmãs que lutam para colocar na lápide a data exata em que seu irmão foi assassinado, compõe-se Katyn, candidato ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira.

"Durante os anos da Cortina de Ferro foi impossível fazer esse filme. Somente anos depois reuni o material e as forças", explicou.

Katyn segue levantando polêmica na Rússia atual, visto que o filme não estreará no país até o fim da campanha eleitoral. Até a dissolução da União Soviética, Moscou sustentou que os autores do massacre foram os nazistas, enquanto a propaganda de Hitler instrumentalizou a tese do horror soviético.

Entre os densos filmes apresentados, Ballast, um drama familiar passado no Mississpi e dirigido por Lance Hammer, quase passou despercebido. A produção é considerada por muitos como séria candidata ao Urso de Berlim.

Hammer foi premiado no Festival de Sundance pelo mesmo filme, que conta a história de três personagens - uma mãe, um filho adolescente envolvido com gangsters e o proprietário e vizinho da casa onde vivem. Um ato violento desencadeia velhos e novos conflitos.

Espera-se que o júri presidido pelo diretor Constantín Costa-Gravas dedique a Ballast (que em português significa "lastro") a atenção que merece.

EFE

Reuters
Scarlett Johansson durante encontro com jornalistas em Berlim
Scarlett Johansson durante encontro com jornalistas em Berlim

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