Orlando Margarido
Direto de Cannes
É a ferida oficial da Itália, um tema recorrente no cinema do país e para muitos esgotado. Mas o diretor italiano Matteo Garrone consegue dar com seu filme Gomorra novo fôlego ao assunto máfia, no caso a camorra napolitana. O filme foi exibido a pouco com boa recepção, neste domingo, em Cannes.
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Os fatos peculiares a esse universo estão todos lá: vingança, assassinatos, códigos de ética que parecem lógicos ao funcionamento interno do grupo. Isso não é a novidade do filme, mas sim algumas tramas atuais de que se pouco ouve falar, como a ligação da camorra com a poluição causada pelo lixo industrial de seu conglomerado.
Perturbador também é o cotidiano do condomínio miserável em que ação se passa, ocupado pelos mafiosos e suas regras. Ali, os moradores são obrigados a uma espécie de confinamento para garantir sua segurança, com pagamento de taxas para viver ali.
O foco da fita recai então sobre alguns personagens fixos, como a dupla de rapazes desatinados que tenta ganhar o poder do local, o adolescente popular e sua intenção de integrar a máfia, e um costureiro de um grande negócio que passa a trabalhar para os chineses. A realidade bruta vai aos poucos se impondo num desfecho que se não chega a surpreender, revela novas facetas desse universo caro aos italianos e sempre obscuro ao resto do mundo.
Especial para Terra
Reuters
Matteo Garrone é o diretor de 'Gomorra'
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