61º Festival de Cannes

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61º Festival de Cannes

Domingo, 18 de maio de 2008, 15h58 Atualizada às 16h30

Itália e Filipinas entram na disputa em Cannes

Gomorra, do italiano Matteo Garrone, sobre o violento universo da máfia napolitana, e Serbis de Brillante Mendoza, primeiro filme filipino na competição em Cannes em 24 anos, entraram na disputa pela Palma de Ouro neste domingo.

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Baseada no livro homônimo de Roberto Saviano, um best-seller no país, Gomorra conta vários dias da vida de diversos personagens ligados à Camorra, a máfia napolitana: empresários imorais, chefes mafiosos, capangas, mas também um contador, um alfaiate, uma dona de casa e jovens que, apenas saíram da infância, procurando seu lugar no mundo do crime.

Garrone filma com extrema sobriedade e um grande distanciamento, dando ao seu filme um tom de documentário, quase neutro, que deixa ainda mais aterrorizante a descrição de uma sociedade contaminada em todos seus níveis pela máfia, que deixa milhares de mortos ao ano e que investiram na reconstrução das Torres Gêmeas de Nova York, segundo denuncia o filme.

Depois da projeção, recebida com aplausos, Garrone declarou em Cannes que quis fazer com seu filme uma "operação verdade". O cineasta disse ainda que quis "mostrar seu país sem difamação". "Na Itália, estamos cansados da imagem folclórica da criminalidade, que dá o tom para o cinema ou a literatura", acrescentou.

Gomorra é o quinto longa-metragem de Matteo Garrone, que já apresentou em Cannes, na Quinzena dos Realizadores, L'imbalsamatore em 2002.

Segundo filme na competição neste domingo, Serbis (Serviço), de Brillante Mendoza, é o primeiro de um diretor filipino que compete pela Palma de Ouro desde 1984, com Bayan Ko (Meu País) de Lino Brocka.

Filmado com câmera digital em apenas 12 dias, Serbis descreve o mundo sórdido de um cinema pornográfico em Angeles, uma cidade filipina, fixando a história em jovens que se prostituem no local e na família que os rejeita, liderada por uma matriarca que tenta condenar o marido por ter uma segunda família, enquanto seus filhos o defendem - para que não tenham que dividir a futura herança com os filhos da segunda mulher.

Com uma sordidez impressionante, Serbis apresenta em certos momentos um tom irônico. O cinema em questão se chama "Family" e entre as cenas cruas de pornografia escatológica, Mendoza mostra a filha da proprietária e funcionária do cinema como uma mãe atenta e amorosa.

AFP

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