O novo filme fala de homens, mulheres e amantes múltiplos, mas na vida real o diretor Woody Allen, 72, diz que ter mais de um parceiro sexual é demais hoje em dia.
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"Já é difícil conseguir uma pessoa só", disse ele a jornalistas em uma entrevista no último sábado, no Festival de Cannes, onde ele lançou Vicky Cristina Barcelona.
"Estou tentando encontrar soluções na vida, e dois tendem a complicar mais do que um", disse.
"Em um filme, você pode fazer isso porque está lidando com personagens maiores... Mas, na vida real, a maioria de nós jamais conseguiria lidar com algo assim", acrescentou.
Vicky Cristina Barcelona, que trata de vários relacionamentos, inclusive um ménage à trois, teve recepção calorosa em Cannes, uma das poucas comédias no festival.
A maioria dos filmes, como o drama Hunger e Waltz with Bashir, sobre a guerra no Líbano, exploram as condições humanas mais sombrias.
O jornal Daily Variety descreveu Vicky Cristina como "entretenimento sexy e divertido que passa de forma tão gostosa quanto uma tarde de sol na cidade espanhola do título" e acrescentou que o filme "é muitos graus mais quente do que (Woody) costuma ser".
O diretor disse que definitivamente queria que o filme fosse engraçado, mas também o considera uma espécie de conto trágico sobre pessoas que não conseguem se apaixonar, outras que se apaixonam talvez muito profundamente e outras que se casam por todas as razões erradas.
A história central do filme é sobre duas turistas norte-americanos que vão a Barcelona para passar o verão.
Vicky (Rebecca Hall) quer estudar um pouco da cultura espanhola antes de se casar, e Cristina (Scarlett Johansson) busca constantemente se sentir realizada.
As duas se apaixonam, mas têm dificuldades. Cristina tem de lidar com a ex-mulher de Juan Antonio (Javier Bardem), Maria Helena (Penélope Cruz), que é pintora.
"Queria que as pessoas vissem o romance, mas também queria algumas risadas", disse Allen. "Queria ver duas mulheres que vão a Barcelona... E aí as coisas começam a se desintegrar".
Reuters
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