61º Festival de Cannes

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61º Festival de Cannes

Quinta, 22 de maio de 2008, 08h48

Filme traz romantismo fora de moda e fantasma a Cannes

Orlando Margarido
Direto de Cannes

La Frontière de L'Aube (A Fronteira do Amanhecer, na tradução literal), do cineasta francês Philippe Garrel, é um filme que flerta com o anacronismo na escolha pelo preto-e-branco e no tema romântico de apaixonados que vão ao limite por seu amor. Há mesmo o recurso do fantasma que aparece para influenciar a vida do protagonista. A fita se impõe assim como objeto estranho no Festival de Cannes.

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Exibido para a imprensa na manhã desta quinta-feira, o longa provocou a divisão de sempre, algumas palmas entusiasmadas e vaias.

Garrel é um veterano de mostras com seu estilo autoral, aborrecido e hermético para muitos, mas também cultuado por boa parcela de críticos e cinéfilos. Seu mais recente filme exibido no Brasil, Os Amantes Constantes, é um painel de três horas dando conta dos conflitos de rua no maio de 1968 em Paris. Foi rodado igualmente em preto-e-branco e com o filho do cineasta, Louis Garrel, como o protagonista François.

O jovem Garrel, conhecido também pelos filmes de Christophe Honoré (Em Paris e Canções de Amor), está de volta como outro François, fotógrafo que vive um romance com uma atriz casada e instável (Laura Smet), mas a abandona, levando-a ao desespero. Ele então conhece outra jovem (Clémentine Poidatz) e tenta engatar um relacionamento mais sério.

Em entrevista, o cineasta justificou sua história romântica que se inicia convencional, mas aos poucos toma o rumo de surpresas, como uma espécie de mensagem para o mundo atual.

"Esse tipo de amor louco e radical precisa ser retomado, está fazendo falta para o equilíbrio de sentimentos das pessoas; acredito que ainda haja pessoas assim, mas são tão fora do comum que atraem reações de surpresa e parecem inverossímeis", disse.

O diretor também apontou homenagens que fez à literatura, entre romances como Madame Bovary e ao cinema, a exemplos de filmes de Jean Cocteau, especificamente Orfeu, no qual se inspirou para a cena do fantasma que surge no espelho.

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