61º Festival de Cannes

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61º Festival de Cannes

Domingo, 25 de maio de 2008, 13h43 Atualizada às 14h22

Especulações agitam Cannes no dia da premiação

Orlando Margarido
Direto de Cannes

Julianne Moore já está de volta a Cannes. Walter Salles e Daniela Thomas também voltaram à Croisette, o endereço oficial do festival da riviera francesa. Eles precisam mesmo estar presentes caso Linha de Passe esteja na linha de frente da premiação.

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Ao mesmo tempo, já é dado como certo um prêmio substancial, quando não a própria Palma de Ouro, para Entre Les Murs, o magnífico filme do francês Laurent Cantet que fechou ontem a competição oficial.

Isso para os jornalistas ouvidos pelas principais publicações diárias do evento. São os mesmos que acreditam que Clint Eastwood também não sai desta 61ª edição com as mãos abanando, especialmente por seu conterrâneo Sean Penn presidir o júri. Um risco do festival terminar em patriotada.

Podem ser rumores, mas um convite para a bela atriz de Ensaio sobre a Cegueira - ou Blindness, o título original do filme do brasileiro Fernando Meirelles - atravessar o Atlântico novamente quer dizer alguma coisa.

Não seria uma má premiação reconhecer Julianne Moore a melhor intérprete da programação. Apenas não se trata de seu melhor trabalho e as críticas ruins ao filme pioram suas chances.

Há intepretações melhores: Martina Guzmán em Leonera, do argentino Pablo Trapero; Arta Dobroshi em Le Silence de Lorna, dos irmãos Dardenne; Atice Aslan em Três Macacos, do turco Nuri Bilge Ceylan; e Maria Onetto em La Mujer sin Cabeza, de Lucrecia Martel. É uma excelente safra para um festival e qualquer uma delas seria uma ótima escolha.

E se Eastwood não ganhar um prêmio por direção ou a Palma especial do Júri - cujo preferido é a animação Valse avec Bachir - há sempre a possibilidade de Angelina Jolie representá-lo como a atriz de The Exchange.

Quanto aos atores, as primeiras indicações são loteria pura. O excelente Toni Servillo, que "veste" o político italiano Giulio Andreotti em Il Divo, faz aquele tipo de transformação física e uma interpretação gestual que costuma convencer jurados, mas também incorrer numa escolha óbvia demais.

Ele era um predileto da imprensa, até que duas surpresas no último dia de competição chacoalharam o painel de apostas com um perfil em comum. São interpretações de uma certa maneira baseadas na vida real dos atores.

A primeira delas é o professor-ator de Entre Les Murs, o francês François Bégáudeau, também autor do livro em que se baseia a trama de confronto verbal entre um mestre de francês e seus alunos numa escola na periferia de Paris.

Seu rival mais próximo é Francis Bosco, do representante de Cingapura In My Magic. Bosco faz na vida o que mostra no filme: truques em que se corta e introduz objetos pontiagudos em si mesmo. Logo após da exibição do filme, ele divertiu a platéia com números de fogo.

Correndo por fora, há apostas no desempenho mediano de Joaquin Phoenix em Two Lovers, de James Gray, que também está cotado para diretor e mesmo melhor filme. Mas a zebra desse festival pode ser Serbis, o filme filipino que conta para muitos como um representante do cinema feito a partir da poética da rudeza.

Especial para Terra

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