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Cannes 2006
Segunda, 22 de maio de 2006, 18h16  Atualizada às 18h45
Filmes melancólicos se mesclam a trabalhos políticos em Cannes
 
Kerstin Gehmlich
 
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Dois diretores muito diferentes escolheram focalizar a angústia do indivíduo em seus novos filmes, opondo-se à tendência predominante até agora no Festival de Cannes de exibir dramas políticos e sociais.

Iklimler (Climas), de Nuri Bilge Ceylan, é a história contida de um casal, representado pelo próprio Ceylan e sua mulher, cujas emoções se espelham nas estações do ano na Turquia.

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Outro filme a apresentar uma visão melancólica da vida é Lights in the Dusk (Luzes no Crepúsculo), do prolífico cineasta finlandês Aki Kaurismaki, que conta a história de um segurança solitário que se torna alvo fácil de um grupo de bandidos.

"Este filme fala da solidão, de uma pessoa que não tem ninguém e que nem sequer sonha em ter alguém", disse o diretor a jornalistas no festival.

O segurança Koistinen (Janne Hyytiainen) é uma figura isolada que desperta reações de hostilidade de quase todos que encontra, desde seus colegas até um barman local.

Sua solidão infeliz é rompida por uma mulher misteriosa, Mirya (Maria Jarvenhelmi), que Kaurismaki mostra como uma pessoa impenetravelmente fria e calculista.

Koistinen se dispõe a fazer tudo o que Mirya propõe, sem se dar conta da direção em que esse relacionamento vai conduzi-lo.

Lights in the Dusk é o trabalho final de uma trilogia de Kaurismaki, depois de Nuvens Passageiras e O Homem Sem Passado, este narrando a história de um homem que perde a memória depois de ter sido espancado.

O tom reservado dos personagens, que frequentemente falam em monossílabos, gerando um efeito cômico, pareceu ter contagiado o diretor na coletiva de imprensa que concedeu na segunda-feira para falar do filme.

Indagado se o cinema dos anos 1960 o inspirou nos enquadramentos e nas cores de seu filme, Kaurismaki respondeu: "Anos 50. Com cores. Somos ricos agora. Podemos acrescentar cor."

Quando indagado sobre sua maneira de dirigir os atores, Kaurismaki deu uma tragada em seu cigarro e respondeu: "Às vezes não dou ordens, porque quero ver como eles se arranjam sozinhos."

CLIMAS TURCOS

O filme de Ceylan, considerado pelos críticos como um dos primeiros favoritos, acompanha o casal desde sua ruptura, em um dia quente de verão, até a avaliação desapegada de seu relacionamento, feita meses mais tarde em um campo coberto de neve.

"Fica claro que o clima é da alma, e não tem nada a ver com condições meteorológicas", disse Ceylan à Reuters, observando que o trabalho com sua mulher, Ebru, fez a filmagem ser um exercício quase intuitivo.

"Às vezes nem sequer é preciso escrever diálogos. O roteiro então se parece mais com uma coleção de anotações que só eu consigo compreender."

As histórias melancólicas relatadas por Ceylan e Kaurismaki se destacam entre a seleção de filmes altamente políticos exibidos em Cannes esta semana, incluindo Fast Food Nation, em que Richard Linklater apresenta sua visão dos Estados Unidos, e The Wind That Shakes the Barley, de Ken Loach, sobre a luta pela independência da Irlanda.
 

Reuters

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