Cannes 2007

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Quarta, 16 de maio de 2007, 16h05 

Escritor define júri como "simples apaixonados por cinema"

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Os nove jurados do 60º Festival Internacional de Cinema de Cannes se reuniram nesta terça-feira pela primeira vez como "simples apaixonados por cinema, e não professores", definiu o escritor turco Orhan Pamuk, segundo informou a agência Ansa.

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O Nobel de Literatura foi um dos mais assediados em encontro com a imprensa. "Não estou em Cannes como o vencedor de nada e também não estou aqui representando a liberdade de expressão; estou aqui como escritor seguindo a longa tradição dos júris anteriores do festival, dos quais já participaram outros mestres como Mario Vargas Llosa, Gabriel García Márquez e Toni Morrison".

O presidente do júri, o cineasta britânico Stephen Frears (de A Rainha) explicou que a ausência de filmes ingleses na competição não é um sintoma de falta de criatividade de seus compatriotas, e muito menos uma conseqüência dos cortes no financiamento do governo na produção cinematográfica.

"Eu também poderia convencer o júri de não conceder nenhum prêmio para me vingar do fato de que nunca ganhei uma Palma de Ouro. Poderia também dar uma de xerife e controlar o trabalho dos jurados. Mas no fim das contas, seguiremos uma lógica para a premiação e procuraremos nos divertir", brincou Frears.

Já o diretor italiano Marco Bellocchio (de Bom Dia, Noite), depois de ter comentando sobre "o privilégio de estar aqui para ver e descobrir filmes", começou a debater sobre as novas tecnologias e sobre riscos da expansão do DVD.

O ator e diretor francês Michel Piccoli disse que "o cinema já possui mais de um século e continua a ser uma arte vibrante e atual, reveladora - mesmo que involuntária - da realidade e do estado de espírito de uma cultura e de um país. É preciso continuar a batalha pela sua sobrevivência, mesmo diante de todas as transformações técnicas pelas quais estamos passando".

Frears chama a atenção para o poder de fogo do cinema dos Estados Unidos, que vem representado com nomes de peso na seleção competitiva (Quentin Tarantino, Irmãos Coen, Gus Van Sant). "É um fato da natureza, uma realidade com a qual devemos conviver. Nós europeus podemos amar os filmes norte-americanos e tentar fazer outros à nossa maneira".

Pamuk conclui que adoraria ver a história dos seus livros projetados em uma tela grande, mas revela que é "muito cuidadoso com relação a esse tipo proposta, talvez pelo medo de machucar as pessoas, mas sempre disse 'não'".

O júri desse ano é completado pelo cineasta da Mauritânia Abderrahmane Sissako (de Bamako), a atriz chinesa Maggie Cheung (de Amor à Flor da Pele), a atriz australiana Toni Collette (de Pequena Miss Sunshine), a atriz e diretora canadense Sarah Polley (de Minha Vida Sem Mim) e a atriz e diretora portuguesa Maria de Medeiros (de Pulp Fiction - Tempo de Violência).

Redação Terra