Cannes 2007

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Sexta, 18 de maio de 2007, 13h37  Atualizada às 13h48

Filme trágico sobre Joy Division é exibido em Cannes

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A vida tragicamente curta de Ian Curtis, vocalista da banda britânica Joy Division, é o tema de um filme que reabriu feridas antigas dos membros sobreviventes do grupo. O trabalho foi exibido na noite de quinta-feira no Festival de Cinema de Cannes.

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A banda dos anos 1970 criou trabalhos que ficaram famosos, como Love Will Tear Us Apart e Transmission, mas seu sucesso foi interrompido pelo suicídio de Ian Curtis, aos 23 anos de idade, exatamente 27 anos atrás nesta sexta, no momento em que a banda estava prestes a partir em turnê pelos EUA.

Anton Corbijn, que fotografou o Joy Division em 1979, dirigiu Control, um filme de duas horas em preto e branco sobre o problemático vocalista. O filme provocou emoções fortes em Cannes, apesar de estar sendo exibido fora da competição.

O papel de Curtis é representado pelo ator desconhecido Sam Riley, que guarda uma semelhança estranha com o cantor, dentro e fora do palco. Samantha Morton faz a mulher de Curtis, Debbie, em cujo livro o roteiro se baseou.

"Tive a sorte de ter a mesma altura que ele e uma semelhança passageira com ele, além de ser cantor, então acho que tudo isso tornou a decisão mais fácil para Anton, embora ainda fosse arriscada", disse Riley em entrevista na sexta-feira.

"Tive uma agente para meus trabalhos de ator quando era adolescente, mas perdi contato com ela. Eu estava trabalhando num emprego muito humilde em Leeds e estava cansado disso", disse, explicando como conseguiu o papel.

"Então liguei para ela, depois de cinco anos, e falei: 'Lembra de mim?', e esse foi o primeiro teste para o qual me mandaram." Indagado se já foi comparado a Ian Curtis no passado, respondeu: "As pessoas costumavam dizer que eu era parecido com (o cantor) Pete Doherty, o que não é exatamente um elogio, certo? Um viciado em heroína? Mas tudo bem."

Choque e raiva
Em seus últimos anos de vida, Ian Curtis sofria de epilepsia e era incapaz de conjugar sua vida doméstica, como marido e pai, com sua carreira de roqueiro.

Para o baterista Stephen Morris, assistir à história da banda foi uma experiência perturbadora. "Assistir ao filme ontem pela segunda vez, mas entre um monte de pessoas, foi como ver minha juventude despida diante de um público, como ser dissecado", disse ele.

Indagado sobre como reagiu ao fato da sessão da noite de quinta-feira acontecer na véspera do aniversário da morte de Curtis, Morris disse: "Isso me dá arrepios".

Morris, que acabou tocando com o New Order, banda sucessora do Joy Divison, contou como se sentiu quando soube que Curtis se enforcara. "Acho que foi um choque, mas o que eu percebi foi muita raiva ¿ raiva por ele ter sido tão estúpido".

"Quando uma pessoa comete suicídio, o problema é que isso deixa um monte de perguntas sem resposta para as pessoas que sobram ¿ e as fere muito mais."

Reuters
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