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Sexta, 18 de maio de 2007, 17h18 Atualizada às 17h37 'Terror's Advocate' tenta desvendar rede de terrorismo |
Um advogado francês com um passado sombrio, vinculado a terroristas e aos serviços secretos ocidentais, e que defendeu o oficial nazista Klaus Barbie e o "açougueiro dos Bálcãs" Slobodan Milosevic é o tema de um novo documentário apresentado nesta sexta-feira, em Cannes.
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Dos combates anticoloniais dos anos 50 aos seqüestros e bombas palestinos em países ocidentais, o filme sobre Jacques Verges, agora com 82 anos, revela a rede que se estende por trás do terrorismo contemporâneo.
O personagem central do filme, intitulado Terror's Advocate, começou sua carreira como um fervoroso anticolonialista de orientação esquerdista, que acabou defendendo o oficial nazista Barbie, o homem forte do Togo, Gnassingbe Eyadema e, mais recentemente, o vice-presidente de Saddam Hussein, Tariq Aziz.
Dirigido pelo lendário cineasta Barbet Schroeder, que em 1974 fez o documentário General Idi Amin Dada e os longas de ficção Barfly e Mulher solteira procura, o filme começa no fim da década de 50, na Argélia, onde Verges, então com 30 anos, assume a defesa de combatentes presos e, algumas vezes, executados pela França.
Lá, Verges se apaixonou por uma de suas clientes: Djamila Bouhired, torturada e sentenciada à morte por uma série de ataques a bomba contra alvos franceses, mas que acabou sendo libertada.
Ela se tornaria não só a maior heroína da Argélia independente, mas também um ícone revolucionário da incipiente Palestina e de outros grupos de esquerda no Oriente Médio da época. Por um tempo, ela também foi a mulher de Verges.
"A Argélia" - descreve Schroeder em uma entrevista por escrito - "é onde ele vive a mais bela história de amor imaginável, então, com a independência do país (em 1962), tudo pára e nosso protagonista se encontra, na minha visão, sem chances de prosseguir. Mas pelo resto da vida ele deseja resgatar estes momentos", continua o cineasta.
Vinte anos depois, após um inexplicável desaparecimento de oito anos, durante o qual pode ter se envolvido em redes palestinas, Verges se apaixona por outra mulher procurada: Magdalena Kopp, da Facção do Exército Vermelho, uma organização terrorista alemã.
Pega em flagrante com explosivos em Paris, Kopp vivia na época com o revolucionário esquerdista "Carlos, o Chacal", que atualmente cumpre pena de prisão perpétua em uma penitenciária francesa. Na tentativa de libertá-la, Verges se encontrava clandestinamente com o líder venezuelano.
Mas depois de ganhar a liberdade e apesar de ter feito um suéter para Verges, Kopp voltou para Carlos, que em 1994 foi seqüestrado no Sudão por agentes secretos franceses e posto na prisão.
O filme de duas horas e 15 minutos, pontuado por entrevistas com atores-chave, diz muito não apenas sobre Verges, mas também sobre as raízes dos ataques terroristas vinculados ao Oriente Médio.
Filho de mãe vietnamita e pai da Ilha Reunião, Verges viveu o sentimento anticolonialista desde a infância. "Quando eu era jovem, os não-brancos tinham de se ficar de um lado da rua para os brancos passarem", diz ele no filme. "Ele nasceu furioso e permaneceu assim", explica o escritor Lionel Duroy.
Schroeder, filho de pais alemães, mas de nacionalidade francesa, diz não ter tomado posição no filme. "Minha idéia é permitir que os personagens falem. Quero permitir que as coisas se revelem, puxar o fio que me possibilita rastrear a história do terrorismo contemporâneo por intermédio dos destinos de muitos personagens interligados, cujos caminhos se cruzam uma e outra vez", explica.