Cannes 2007

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Segunda, 21 de maio de 2007, 10h58 

Cineasta anuncia que este será seu último Festival de Cannes

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O cineasta Emir Kusturica anunciou nesta segunda-feira que esta será a última vez em que concorrerá pela Palma de Ouro do Festival de Cannes, prêmio que já venceu duas vezes, abrindo, assim, espaço para a nova geração.

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"Já tenho a sensação de que ocupo um lugar que poderia ser de alguém mais jovem. Cinco vezes é suficiente", disse o diretor à agência sérvia Tanjug, antes de ir para a França participar do 60º Festival de Cannes.

Kusturica, que nasceu em Sarajevo, mas mora em Belgrado há anos, afirmou que, até agora, não queria abrir mão da competição em Cannes, pois o festival representa "uma cultura chamada pequena, que deve ter grandes portas para que seja vista e ouvida".

"Talvez não devesse participar nem neste ano, mas estarei lá não só pelo meu filme, mas pela cultura da qual venho. O filme é mais notado quando compete", acrescentou Kusturica, que concorrerá com a produção Promise Me This no dia 26.

Kusturica ganhou sua primeira Palma de Ouro em 1985, com o filme Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios, e, dez anos depois, recebeu o prêmio por Underground - Mentiras de Guerra.

Em 1988, o sérvio também recebeu a estatueta por Vida Cigana.

"Espero que haja fatores-surpresa este ano, filmes de autores jovens, como quando eu apareci, que alguém novo nos vença completamente", disse ele, elogiando o festival e o júri, sobre o qual afirmou que trabalha com independência.

Ao comparar a competição de Cannes com a corrida pelo Oscar, o sérvio disse que os investimentos são cruciais para os americanos.

"Eles investem dinheiro no filme que supõem que terá valor ideológico ou estético. Enviam o filme às direções de todos os acadêmicos e fazem, dessa forma, propaganda psicológica", afirmou.

"Em Cannes não há nada disso. O júri de Cannes pode cometer um erro, mas de forma autêntica", acrescentou. Kusturica ainda criticou o liberalismo, qualificando-o de "o pior dano do planeta".

"É, na verdade, o assassinato de tudo o que é nobre, que tem valor extraordinário. Mede todos os problemas psicológicos, estéticos, históricos, morais, pelo mercado", acrescentou.

EFE
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