Cannes 2007

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Quinta, 24 de maio de 2007, 13h01 

"Não acho que Cannes seja um prazer", diz atriz

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É o maior festival de cinema do mundo, e todos que trabalham no setor querem estar presentes. Mas isso não quer dizer que todos se divirtam em Cannes. "Não acho que seja um prazer", disse Catherine Deneuve, uma das maiores atrizes da França e presença regular no festival desde os anos 1960.

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"É emocionante. Para um ator, vir a Cannes pode ser uma experiência de muita emoção. Mas tudo vai tão rápido", afirmou. "No segundo depois de seu filme ser exibido, você cai ao chão, porque acabou, e duas horas depois haverá outro filme."

"Viver nesse nível é um pouco intenso demais, então não posso afirmar que eu me sinta bem em vir a Cannes, mas o festival é uma grande oportunidade para um filme", disse Deneuve.

A magia do cinema muitas vezes é difícil de encontrar em meio à seqüência frenética de entrevistas, recepções e sessões de fotos. Muitos participantes têm pouco tempo para assistir aos filmes.

"Dois anos atrás eu fiz parte do júri, então assistia a três filmes por dia. Isso foi algo que eu realmente curti", disse o diretor turco-alemão Fatih Akin.

Com seu elogiado filme The Edge of Heaven participando da competição este ano, as apostas em jogo para ele são mais altas e, portanto, a experiência é mais intensa.

"É como uma Copa do Mundo de futebol", disse Akin. "Se você traz um filme fora da competição, é como jogar um amistoso ¿ mas se um filme seu está na competição, é como disputar uma partida com o Brasil."

Para o exército de jornalistas, cinegrafistas, pessoal de relações públicas e executivos do setor, as pressões são outras, mas a experiência é igualmente extenuante.

A lenda de Cannes ainda se alimenta de imagens de uma época mais tranqüila, quando astros como Robert Mitchum, Alain Delon ou Brigitte Bardot reinavam na Croisette e havia oportunidades de contato direto com o público.

Mas já faz tempo que o festival se tornou parte da máquina que promove as grandes produções de Hollywood, e os hotéis à beira-mar são recobertos de pôsteres gigantes de blockbusters como "13 Homens e um Novo Segredo".

Lloyd Kaufman, presidente da produtora independente Troma Entertainment, que cria filmes de horror de baixo orçamento como Toxic Avenger, promove seus filmes em Cannes há 35 anos e diz que o ambiente do festival é cada vez menos livre e solto.

"Cannes vem crescendo e se tornando mais voltado às empresas", disse ele.

"Na primeira vez em que vim para cá, em 1971, eu dormia na praia. Hoje isso não seria possível", acrescentou.

Reuters
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