O argentino Pablo Fendrik apresentou nesta sexta-feira no Festival do Rio seu mais recente filme, O Sangue Brota, em uma rara oportunidade de levar ao público brasileiro uma nova obra latino-americana.
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"A expectativa principal era conhecer Copacabana, mas o tempo não está ajudando muito", disse Fendrik em entrevista pouco antes de enfrentar o público.
"Tinham me dito que era um festival bastante grande, dentro dos festivais latino-americanos. Esse é uma das minhas maiores expectativas, além de conhecer o Rio de Janeiro", disse sobre sua primeira visita à cidade que abriga o maior festival de cinema do Brasil, este ano com 350 filmes provenientes de 30 países.
O Sangue Brota foi premiado em uma mostra da Jovem Crítica do Festival de Cannes deste ano (júri composto por 32 estudantes de cinema da França e Alemanha) e em agosto recebeu o prêmio de melhor diretor da Concorrência Internacional do Festival Internacional de Cinema de Santiago do Chile.
Até agora, o filme fez sucesso entre a crítica e está presente em vários festivais. "Quase ninguém do público viu" e só estreará na Argentina em novembro ou fevereiro, conta.
O cinema latino-americano é pouco conhecido fora das fronteiras nacionais e às vezes nem sequer dentro dos próprios países, com mercados e salas dominados por filmes dos Estados Unidos.
Para Fendrik, 35 anos, nem sequer iniciativas políticas anunciadas para criar reservas de mercado e uma "integração cultural" serviram para mudar esse cenário.
"Não acho que a maneira como as políticas culturais na América Latina são encaradas influencia na troca real e positiva para que os filmes brasileiros sejam conhecidos na Argentina e vice-versa. Isso tem a ver mais com a iniciativa privada", destacou.
"Gostaria de fazer uma co-produção com o México ou com algum outro país latino-americano com quem tenhamos afinidade. Mas no terreno prático, parece quase uma fantasia para mim", disse.
Seu novo projeto é um longa-metragem baseado em "um chinês incendiário". "Será sobre duas noites na vida de um piromaníaco em Buenos Aires. É baseado em um fato real", conta.
EFE
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