Festival do Rio 2008

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Festival do Rio 2008

Terça, 30 de setembro de 2008, 10h07 Atualizada às 10h06

Alessandra Negrini acha que não é problema filmar com rato

Marcelo Lyra
Direto do Rio de Janeiro

Em seu segundo trabalho com o diretor Júlio Bressane, A Erva do Rato (o primeiro foi Cleópatra, lançado no ano passado), Alessandra Negrini comprova sua vocação para fazer no cinema papéis completamente diferentes dos que os fãs se acostumaram a ver na TV.

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Sua personagem não tem nome, e diz apenas duas ou três falas no filme todo, apesar de estar em cena muito tempo. Livremente inspirado em dois contos de Machado de Assis (O Esqueleto e Causa Secreta), A Erva do Rato conta a história de uma mulher que perdeu o pai e conhece um homem (feito por Selton Mello) que a leva para sua casa.

Eles passam a viver juntos, mas a relação vai se complicando à medida em que ele fica obcecado por tirar fotos dela nua. O filme tem ousados planos de nudez frontal, com alguns closes quase ginecológicos.

Após a sessão, em meio a um interminável assédio de fãs e cumprimentos de amigos, ela conversou com exclusividade com o Terra.

Terra - Em Cleópatra, seu personagem era muito calcado nas falas. Você falava muito e precisou criar um sotaque especial. Agora é o oposto, ou seja, um personagem que quase não fala, e o espectador tem que perceber os sentimentos por intermédio de suas expressões faciais e olhares. Esse personagem foi mais difícil de compor?
Alessandra Negrini - Sim, completamente. Ela é minimalista, contida, há muito mistério em torno dela, em seus sentimentos. Foi muito mais difícil de fazer, mesmo com toda a liberdade que o Bressane dá para a improvisação.

Terra - A personagem transmitia um ar desprotegido ao chegar na casa, mas depois mostrava segurança quando se deixava fotografar nua. Como você fazia para expressar sentimentos tão opostos sem falar?
Alessandra Negrini - Pois é, ela tinha um pouco de dubiedade, e ao mesmo tempo um ar misterioso. Mas como eu disse, foi muito na base da improvisação.

Há uma cena particularmente impressionante, quando o rato que estava roendo as fotos dela nua sobe na sua cama e caminha no seu braço, enquanto a mulher dorme. Como você enfrentou essa cena?
Alessandra Negrini - Não foi difícil. Embora pareça uma ratazana filhote, na verdade não é exatamente um rato, pois não é daqueles que vivem na rua. Na verdade ele foi criado por especialistas, é quase como se fosse esses ratinhos de estimação.

Terra - Você teve medo?
Alessandra Negrini - Não porque eu sabia que era um animal limpo e treinado. Não havia risco de me morder. Ele era super dócil, mansinho. Acho que não conseguiria fazer se fosse uma barata. Se a cena fosse com uma barata, aí sim seria um problema.

Redação Terra

André Muzell/Photo Rio News
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