Festival do Rio 2008

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Festival do Rio 2008

Sexta, 3 de outubro de 2008, 13h44

Documentário mostra dia-a-dia de astros do pornô

Um dos filmes mais insólitos do Festival do Rio é sem dúvida o documentário 9 to 5, o Dia a Dia do Pornô, do diretor alemão Jens Hoffmann. Ele terá apenas duas sessões neste sábado, às 16h e às 20h10 no Cine Palácio.

A fita acompanha o cotidiano de dez atores e atrizes pornôs, uma indústria milionária, mas com um universo pouco conhecido para quem não é do ramo. Há revistas especializadas, jornais, festivais e todo um universo paralelo de fama e fortuna.

Alguns escondem a profissão dos amigos e vizinhos, outros assumem sem problemas e alguns casais são casados na vida real.

Em entrevista exclusiva ao Terra, o diretor conta como foi mergulhar nesse curioso mundo das pessoas que fazem da relação sexual uma profissão regular.

Foi difícil convencer essas pessoas a dar entrevista?
O mais complicado foi explicar que eu não era repórter de TV, mas sim um diretor de cinema. A TV vem, faz suas perguntas e vai embora. No meu caso, eu passei muitos meses acompanhando o dia-a-dia, cheguei a morar na casa de alguns, muitas vezes sem a câmera, para ir ganhando confiança. Acompanhamos dez pessoas, na Europa e nos EUA. Foram cinco anos de filmagem e o interessante é que, depois de uns meses, as pessoas se acostumavam conosco, nem ligavam mais para a câmera.

E como é esse dia-a-dia?
É curioso, pois eles levam uma vida absolutamente normal, mas há diferenças entre um ator pornô dos EUA e da Europa. Enquanto nos EUA as atrizes viram estrelas famosas e ganham muito dinheiro, na Europa elas têm outras profissões, fazem aquilo apenas por dinheiro. As americanas assumem sua condição de porno-stars, tem fã-clubes e são admiradas pelos vizinhos. Já as européias precisam esconder, dizem que fazem outra coisa. São duas culturas totalmente diferentes. Nos EUA, se você é bem sucedido, não importa muito o que você faz.

Vocês acompanharam filmagens?
Sim, fomos em vários sets, mostramos a preparação para a filmagem, os bastidores, tudo. Os próprios diretores autorizaram, quando entenderam que era um trabalho sério.

Existem até festivais de cinema. Não vou perguntar como é o troféu, mas quero saber como é a cerimônia.AVN Awards, o Oscar do cine pornô, que ocorre anualmente em Las Vegas. É uma festa luxuosa, que atrai milhares de pessoas, uma coisa grandiosa. Os prêmios é que são curiosos. Há o prêmio de melhor sexo oral, melhor dupla penetração e coisas assim.

Existem casais de atores que são casados. Como é a vida afetiva deles? Eles levam trabalho para casa?
Nós filmamos um que leva uma vida quase normal. A diferença é que transam de dia como profissionais e quando chegam em casa têm suas relações sexuais afetivas, como qualquer casal que se ama. Há atores que são casados com pessoas comuns, que respeitam o trabalho do parceiro. Há de tudo um pouco nesse universo.

Uma coisa preocupante é que nos filmes os atores não usam preservativos. Além de ser um péssimo exemplo, não é perigoso pelo risco da aids?
O problema é que o público não quer assistir filmes onde se use camisinha. Os produtores perceberam isso e passaram a filmar sem. Eles procuram se cercar de cuidados, todos fazem exames regularmente. Há quem exija exame de HIV feito dois dias antes das filmagens. Além disso, os atores são profissionais. Sabem que uma doença significa o fim da carreira e procuram se cuidar.

Redação Terra

Divulgação
Jens Hoffmann chegou a morar com atores de pornôs para filmar esse universo
Jens Hoffmann chegou a morar com atores de pornôs para filmar esse universo

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