O Festival do Rio, como se conhece atualmente, nasceu da fusão, em 1999, dos dois mais importantes
eventos cinematográficos da cidade: o Rio Cine e a Mostra Rio de Cinema.
Criado em 1984 com o objetivo de exibir filmes nacionais apresentados nos festivais de Gramado e
Brasília que tinham dificuldade para chegar ao circuito carioca, o Rio Cine tornou-se um evento
oficial da cidade com o apoio da Prefeitura. Foram 14 edições que incluíram mostras de vídeo e
retrospectivas, proporcionando oportunidades de rever antigas produções como as chanchadas e
assistir a filmes produzidos fora do eixo Rio-São Paulo.
Já a Mostra Rio de Cinema direcionava holofotes para o cinema internacional. Integrante desde
1986 do circuito do FestRio - um dos primeiros festivais de cinema da cidade - o Estação
tornou-se uma vitrine de nova produções. Na lacuna deixada pela transferência do FestRio para
Fortaleza, em 1988, surgiu a Mostra Banco Nacional de Cinema, marco do marketing cultural
brasileiro por ser um dos primeiros eventos a ostentar o nome do seu patrocinador.
A mostra começou pequena, com filmes que já estavam comprados para o Brasil e outros de
consulados estrangeiros. Em 1989 foram exibidos 60 filmes, número que pulou para 280 no ano
seguinte, com a decisão dos realizadores de correr o mundo em busca de novos títulos. Com o fim
do patrocínio, o nome passou a ser Mostra Rio de Cinema, mantendo as características mesmo após a
fusão que deu origem ao Festival do Rio, em 1999.
Delá para cá, o Festival tem crescido em quantidade de filmes e importância como vitrine. A cada
ano, coloca a cinematografia de um país em foco: já foram França, Inglaterra, Alemanha e Itália,
agora é a vez da África do Sul.
O Festival foi também conquistando outros espaços além do circuito Estação. O Cine Odeon BR, no
Centro, foi salvo do abandono e remodelado para virar o Palácio do Festival; a Praia de
Copacabana abriga a mostra O Bonequinho Viu; e a cada ano novos parceiros cedem seus auditórios
para exibição dos filmes que poucos terão oportunidade de ver depois. Este ano serão 25 salas,
além das sete Lonas Culturais da Prefeitura nas Zonas Norte e Oeste, para exibição de cerca de
300 filmes.
Dezenas de convidados internacionais, entre artistas, diretores, produtores, jornalistas e
investidores também já passaram pelo Festival, como Costa-Gavras, Roman Polanski, Tom Tykwer,
Louis Malle, Carlos Saura, Stephen Frears, Isabelle Huppert, Agnieska Holland, Forest Whitaker,
Charlotte Rampling, Samuel L. Jackson, Harvey Keitel, Terence Davies, Moufida Tlatli, Peter
Greenaway, John Waters, Todd Solondz, François Ozon e muitos outros.