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Quinta, 16 de agosto de 2007, 08h43 Filme agrada com história de povoado alemão no Brasil |
O curta-metragem O Livro de Walachai chamou a atenção durante sua exibição no Festival de Gramado nesta quarta-feira, contando a história do povoado de Walachai, uma comunidade de imigrantes alemães que ainda falam sua língua de origem e sobrevivem por meio de trabalhos no campo.
» Confira a lista dos indicados
A diretora Rejane Zilles tem um interesse em comum na temática do filme. Ela nasceu no povoado e queria descobrir um pouco mais de suas origens.
Para compor todo o trabalho, teve como base a obra O Livro de Walachai, do professor João Benno Wendling, 83 anos, que pesquisou a respeito do local e escreveu o livro de 400 páginas à mão, virando referência para todos os vizinhos da comunidade.
A vontade de decifrar Walachai transformou-se na própria vida de Benno, que é retratada no filme. Algumas cenas dramatizadas foram feitas pelas próprias crianças da comunidade, que há mais de 40 anos eram obrigadas a falar português na escola, algo que gerava uma grande dificuldade entre os moradores.
"Minha idéia era fazer este projeto se transformar em um documentário longa-metragem. Eu descobri este tesouro manuscrito que é O Livro de Walachai. Resolvi então filmar esta história", conta a cineasta.
"A primeira exibição aconteceu no ano passado para o pessoal da comunidade, depois mandei para alguns festivais", cita.
Benno, que também estava em Gramado, mostrou-se emocionado com a exibição e recebeu aplausos ao ser notado pela platéia, mas foi poupado de dar declarações.
O Livro de Walachai é um dos grandes favoritos ao Kikito de melhor curta-metragem este ano. A exibição foi elogiada por alguns membros do júri.