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Cinema

 
 

Psicodelia e diálogos confusos movem 'Speed Racer'

08 de maio de 2008 08h37

O herói protagonista em ação no filme  Speed Racer. Foto: Divulgação

O herói protagonista em ação no filme Speed Racer
Foto: Divulgação

Esqueça a homônima animação japonesa dos anos 60. A adaptação cinematográfica de Speed Racer é um delírio dos irmãos Wachowski. Corridas alucinadas, visual estourado e diálogos confusos compõem o filme, que pouco traz apego a quem não se familiariza com o heróico piloto do Mach 5.

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» Speed Racer já teve três adaptações para a TV

O espectador pode se ver visivelmente tonto logo quando o filme dá largada. O excesso de cores, recurso muito utilizado em jogos de videogame modernos, velocidade e efeitos especiais soam um tanto exagerados quando estamos falando de Speed Racer.

Curiosamente, as melhores cenas acontecem fora das pistas, com o carismático elenco, liderado por Emile Hirsch, Susan Sarandon e Christina Ricci, interagindo entre si.

Comparado ao desenho animado, a caracterização dos personagens é tão fiel que qualquer fã nostálgico vai logo reconhecer os personagens clássicos, com um ponto positivo para o ator mirim Paulie Litt, que interpreta um alegre, atrapalhado e quase ironico Gorducho, sempre acompanhado de seu fiel amigo, o chimpanzé Zequinha. Essa, por sinal, foi uma das escolhas mais inusitadas dos diretores: em um trabalho onde a computação gráfica dita todo o enredo, um animal de verdade pode ser uma esquisitice.

Speed Racer, porém, peca por seus excessos, especialmente no uso de efeitos especiais. O misto de animação e computação gráfica com atores em carne e osso foi usado à exaustão em filmes como Capitão Sky e o Mundo de Amanhã, Star Wars, Mundo Proibido e mais discretamente em Sin City. O visual deste último quase lembra a nova obra dos irmãos Wachowski, especialmente porque parte das cenas tentam reproduzir movimentos característicos dos quadrinhos e desenhos japoneses.

Muitas vezes, o filme se utiliza de recursos em câmera lenta e linhas na tela para incrementar a ação. As lutas e cenas de aventura, obviamente, são tão exageradas quanto as corridas, mantendo o pique descontraído.

No mais, Speed Racer tem o tom certo para o público infanto-juvenil e deve alcançar altas bilheterias, além de lotar as lojas de brinquedos com bugigangas relacionadas. Já os fãs mais velhos poderão se emocionar ao som da música-tema do desenho animado, cantada em várias línguas, inclusive em português, no final da exibição. Neste sentido, Speed Racer terá valido a pena.

Redação Terra