Michael Moore: 20 minutos de palmas em Cannes
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Walter Salles descarta expectativas em Cannes
Fahrenheit 9/11 tem boas chances de tornar-se o primeiro documentário a receber a Palma de Ouro de Cannes desde 1956, quando Jacques Cousteau e Louis Malle o ganharam por seu épico marinho O Mundo do Silêncio.
Lançado com grande divulgação após uma briga em torno de sua distribuição em um ano eleitoral nos EUA, o documentário é uma denúncia implacável da maneira como Bush vem tratando o conflito no Iraque e a chamada "guerra ao terror".
Moore adoraria ver Bush derrotado na eleição de novembro, e alguns críticos viram o documentário emotivo como grito de incentivo aos adversários do presidente.
A Screen International, que avalia a "temperatura" do festival diariamente, colocou Moore ao lado da diretora francesa Agnes Jaoui, com Look at Me, na terça-feira, como os dois candidatos mais cotados à Palma de Ouro.
A revista pede a críticos de países tão diversos quanto Israel, Estônia e Canadá que escolham seus favoritos no festival.
A influente revista especializada Variety descreveu Fahrenheit 9/11 como "panfleto cinematográfico descarado da eleição 2004" e disse que Moore pode convencer os norte-americanos desiludidos e mal representados a ir às urnas.
O Hollywood Reporter disse: "Moore parece estar lançando um filme-realidade para ser usado na campanha eleitoral".
Mestre em suscitar polêmica em torno de seus documentários - e, de quebra, divulgá-los -, Moore foi recebido pelos fãs como um roqueiro famoso quando percorreu o tapete vermelho no Palais des Festivals, na noite de segunda-feira.
O diretor norte-americano Quentin Tarantino preside este ano o júri de Cannes, que no sábado vai anunciar o vencedor de um dos prêmios mais valorizados do cinema mundial.
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