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Cinema

 
 

"É importante rir", diz Michael Moore em Cannes

17 de maio de 2004 19h12

Farenheit 9/11  concorre à Palma de Ouro em Canes 2004. Foto: Reuters

Farenheit 9/11 concorre à Palma de Ouro em Canes 2004
Foto: Reuters

O cineasta americano Michael Moore mira sua terrível arma do sarcasmo contra o presidente George W. Bush no documentário Fahrenheit 9/11, que disputa a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Fotos: personalidades prestigiam Moore em Cannes!

Mais politizado do que nunca, o diretor faz uma crítica implacável à maneira como o governo Bush conduziu a investigação dos atentados de Nova York e à manipulação da opinião pública para provocar medo e conseguir apoio para seus planos de guerra contra o Iraque, cujos verdadeiros motivos seriam interesses puramente econômicos ligados à família Bush.

Michael Moore dá seqüência ao seu cinema militante, depois de atacar o comércio de armas no famoso Tiros em Columbine (Bowling for Columbine) e as grandes multinacionais General Motors e Nike em Roger and Me e em The Big One.

O filme começa com a suspeita contagem de votos no estado da Flórida, que levou George W. Bush à presidência dos Estados Unidos. Passa depois para irregularidades na investigação dos atentados de 11 de setembro, como o fato dos membros da família Bin Laden terem sido autorizados a sair do país nos dias seguintes à tragédia.

Durante a obra, Moore procura mostrar os laços econômicos entre a família do suposto líder da rede terrorista al-Qaeda e o clã Bush, assim como a pressão para acusar o Iraque dos atentados.

Com imagens impressionantes dos bombardeios, do sofrimento da população civil, da humilhação dos prisioneiros, dos soldados americanos mortos, o cineasta denuncia a invasão do Iraque.

"Um país que nunca atacou os Estados Unidos nem nenhum cidadão americano", destacou Moore em entrevista coletiva à imprensa.

"Não se impõe a democracia com canhões", disse, destacando que "os Estados Unidos devem se retirar do Iraque". "Outros países podem ajudar agora este país, mas, com certeza, não os Estados Unidos".

O cineasta denunciou que as autoridades americanas fizeram pressão sobre a produção para impedir que seu filme fosse realizado. Questionado se pretende influenciar nas eleições com seu filme, Moore respondeu que sim. "Mas meu objetivo, como em meus outros filmes, é que o público tenha um bom momento no cinema, que reflita e que continue falando depois do assunto", explicou. "Também quero que riam, porque acredito que é importante rir nestes tempos difíceis", acrescentou.

O diretor falou sobre os atentados de Madri, declarando que "como todo mundo, lamenta muito o ocorrido, pelas vítimas. "Acredito que é preciso lutar contra o terrorismo de uma forma mais inteligente do que neste momento", disse.

"Alegra-me muito que a Espanha não seja dirigida agora pelos partidários da guerra, mas por pessoas que querem sair do Iraque. Outros países como o Canadá e a Alemanha também tentaram dizer aos Estados Unidos que este não era o caminho", afirmou Moore.

O cineasta lembrou também os desentendimentos com a França em relação à guerra. "Os franceses são nossos aliados e o são há muito tempo. Sem os franceses, os Estados Unidos não teriam nascido. Deveríamos mostrar maior gratidão a um país, como a França, que tem uma relação conosco de 200 anos", disse.

"São justamente os melhores amigos que têm coragem de dizer a verdade na nossa frente e é isso o que o povo francês faz. Diz a verdade sobre a guerra. Deveríamos agradecê-los, em vez de criticar ou boicotar seus produtos. Principalmente agora que está sendo comprovado que os franceses tinham razão", acrescentou.

AFP
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  1. O documentarista americano Michael Moore falou com os jornalistas sobre o seu novo Farenheit 9/11  Foto: Reuters

    O documentarista americano Michael Moore falou com os jornalistas sobre o seu novo Farenheit 9/11

    Reuters
    Foto: Reuters

  2. Em Farenheit 9/11, Moore defende que George W. Bush chegou ao poder graças a manipulações eleitorais de seus parentes e sócios e que a guerra do Iraque foi planejada por razões econômicas com o objetivo de obter o petróleo desse país  Foto: Reuters

    Em Farenheit 9/11, Moore defende que George W. Bush chegou ao poder graças a manipulações eleitorais de seus parentes e sócios e que a guerra do Iraque foi planejada por razões econômicas com o objetivo de obter o petróleo desse país

    Reuters
    Foto: Reuters

  3. Farenheit 9/11 concorre à Palma de Ouro em Canes 2004  Foto: Reuters

    Farenheit 9/11 concorre à Palma de Ouro em Canes 2004

    Reuters
    Foto: Reuters

  4. O novo documentário de Michael Moore, Farenheit 9/11, analisa os discursos do presidente dos EUA e os contrapõe a imagens e depoimentos que contradizem suas palavras  Foto: Reuters

    O novo documentário de Michael Moore, Farenheit 9/11, analisa os discursos do presidente dos EUA e os contrapõe a imagens e depoimentos que contradizem suas palavras

    Reuters
    Foto: Reuters

  5. Mick Jagger foi à première de Fahrenheit 9/11  Foto: Reuters

    Mick Jagger foi à première de Fahrenheit 9/11

    Reuters
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  6. O diretor Michael Moore (à direita) ouve o produtor Harvey Weinstein antes da première de Fahrenheit 9/11 em Cannes 2004  Foto: Reuters

    O diretor Michael Moore (à direita) ouve o produtor Harvey Weinstein antes da première de Fahrenheit 9/11 em Cannes 2004

    Reuters
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  7. A princesa Caroline de Monaco chega à première de Fahrenheit 9/11, de Michael Moore, em Cannes  Foto: Reuters

    A princesa Caroline de Monaco chega à première de Fahrenheit 9/11, de Michael Moore, em Cannes

    Reuters
    Foto: Reuters

  8. Junto com o marido, o príncipe Ernst August de Hanover, Caroline prestigiou o filmer do diretor Michael Moore  Foto: Reuters

    Junto com o marido, o príncipe Ernst August de Hanover, Caroline prestigiou o filmer do diretor Michael Moore

    Reuters
    Foto: Reuters

  9. O diretor americano Michael Moore, com a sua mulher Kathleen Glynn, fala sobre o seu novo documentário Farenheit 9/11  Foto: AP

    O diretor americano Michael Moore, com a sua mulher Kathleen Glynn, fala sobre o seu novo documentário Farenheit 9/11

    Foto: AP

  10. Michael Moore beija sua mulher Kathleen Glynn depois da apresentação do seu filme no Festival de Cannes  Foto: Reuters

    Michael Moore beija sua mulher Kathleen Glynn depois da apresentação do seu filme no Festival de Cannes

    Reuters
    Foto: Reuters

  11. O roqueiro Mick Jagger foi a Cannes para assistir ao novo documentário de Michael Moore  Foto: AP

    O roqueiro Mick Jagger foi a Cannes para assistir ao novo documentário de Michael Moore

    Foto: AP

  12. Nadege Allan e Elysia Blake exibem cartaz em que lançam campanha do documentarista Michael Moore para presidente dos EUA  Foto: AP

    Nadege Allan e Elysia Blake exibem cartaz em que "lançam" campanha do documentarista Michael Moore para presidente dos EUA

    Foto: AP

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