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Cinema

 
 

Mel Gibson prevê problemas com A Paixão de Cristo

22 de janeiro de 2004 13h58 atualizado às 14h34

O ator Jim Caviezel interpreta Jesus Cristo no filme de Mel Gibson . Foto: Divulgação

O ator Jim Caviezel interpreta Jesus Cristo no filme de Mel Gibson
Foto: Divulgação

A controvérsia que cerca o filme ainda inédito de Mel Gibson sobre a morte de Jesus Cristo pode ser atribuída a perseguição ou simplesmente a uma tática publicitária, mas, numa reunião que teve na quarta-feira com 4.500 pastores evangélicos, o próprio diretor previu que "o pior ainda está por vir".

Um dia após a divulgação de relatos segundo os quais um alto funcionário do Vaticano teria desmentido que o papa João Paulo II aprovou A Paixão de Cristo, Mel Gibson se preparou para exibir o filme para outra platéia escolhida a dedo: um encontro da conferência da Rede Global de Pastores, em Orlando, Flórida.

Como aconteceu em outras sessões fechadas em que o longa-metragem foi exibido, a imprensa foi barrada, assim como grupos judaicos.

Estes últimos receiam que o trabalho possa incitar ao anti-semitismo, na medida em que sugere que as autoridades judaicas em Jerusalém, 2 mil anos atrás, foram as maiores responsáveis pela crucifixão do homem que os cristãos vêem como sendo a encarnação de Deus.

Na terça-feira, um assessor do papa desmentiu que o pontífice teria elogiado a precisão bíblica do longa-metragem, dizendo: "O Santo Padre não falou a ninguém sua opinião sobre o filme."

Mel Gibson não mencionou o desmentido do Vaticano quando se dirigiu aos pastores. Ele agradeceu a eles por suas orações, mas avisou em tom sério: "Prevejo que o pior ainda está por vir. Espero que eu esteja enganado."

O diretor contou que por 12 anos meditou sobre os relatos feitos no Evangelho sobre um Deus que assumiu forma humana para poder pagar o preço do pecado humano. "Ele poderia tê-lo feito furando seu dedo e vertendo um pouco de sangue. Mas não, ele quis ir até o fim", disse Gibson.

Enquanto Gibson agradecia aos pastores por seu apoio, seu diretor de publicidade, Paul Lauer, os exortou a enviar grupos de jovens para assistir ao filme, que estréia em 25 de fevereiro em 2 mil salas nos Estados Unidos.

A Paixão de Cristo será lançado com classificação R, que significa que menores de 17 anos só poderão vê-lo na companhia de pais ou responsáveis adultos. Aparentemente, a classificação se deve ao retrato explícito feito da crucifixão.

Lauer prevê que, se o filme apresentar bons resultados no fim de semana de estréia, "haverá muita gente poderosa em Hollywood dizendo 'alguém me arrume um filme sobre Jesus!'".

Reuters
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