Sites relacionados
Cinema
Diversão
Gente & TV
Globo de Ouro

  Fale Conosco
Participe e envie suas sugestões aqui!

  Boletim
Receba as novidades em seu e-mail

Oscar 2006
Quinta, 2 de março de 2006, 16h27 
Temas éticos dominam Oscar 2006
 
 Últimas de Oscar 2006
» Audiência do Oscar na TV cai 10%, segundo dados preliminares
» Orgulho e angústia marcam estréia palestina no Oscar
» Oscar para Capote coroa onda de redescoberta do escritor
» Público gay se sente traído com o Oscar
Busca
Busque outras notícias no Terra:
Os Oscar desenvolveram neste ano uma incomum consciência social com temas difíceis da vida real, que vão da ética nos grandes negócios e na mídia até as tensões raciais, todos na cartela central dos filmes que concorrem aos prêmios mais importantes.

As tensões raciais em uma cidade grande, o terrorismo no Oriente Médio, a liberdade de expressão e o espinhoso tema da tolerância homossexual completam uma lista séria de enfoques inspirados no mundo atual e sobre o qual terão que se pronunciar os membros da Academia este ano.

"É incomum ter este número de filmes sérios em uma única safra do Oscar", disse à AFP Marty Grove, colunista da edição on-line da revista especializada Hollywood Reporter.

"Há alguns anos, um filme sério teria sido algo estranho, mas existe mais respeito, com o reconhecimento aos que os fizeram e mais aceitação dos filmes difíceis, tanto de ficção quanto documentários, por parte do público", reforçou.

Os cinco longas-metragens que disputam os prêmios de Melhor Filme e Melhor Direção este ano contam estas histórias que alguma vez Hollywood pensou serem sérias e obscuras demais para conquistar as massas, assim como em várias outras indicações deste ano predomina o real, o puro, o duro.

Capote, um olhar no escritor americano Truman Capote durante a criação de seu livro, À Sangue Frio, mostra de forma aguçada a ética jornalística, enquanto o filme do ator e diretor George Clooney, Boa Noite e Boa Sorte se concentra em como um âncora de um telejornal americano enfrenta o senador americano Joseph McCarthy, durante a repressão aos comunistas, em 1950.

O drama Crash - No Limite, do canadense Paul Haggis, que está bem cotado para a noite de entrega dos prêmios, em 5 de março, com seis indicações, inclusive Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante para Matt Dillon, conta a história de quatro pessoas de diferentes origens que se vêem forçadas a enfrentar seus preconceitos quando suas vidas colidem.

O filme do consagrado Steven Spielberg, Munique, esboça o drama dos Jogos Olímpicos de 1972, quando um grupo terrorista palestino atacou a delegação de atletas isralenses na cidade alemã.

Enquanto isso, O Segredo de Brokeback Mountain, indicado em oito categorias, conta o amor tortuoso, impossível, de dois vaqueiros que se apaixonam no conservador oeste americano.

A seriedade é o tom até mesmo fora das categorias principais.

O thriller do brasileiro Fernando Meirelles, O Jardineiro Fiel, com quatro indicações, inclusive de Melhor Atriz Coadjuvante para a britânica Rachel Weisz, e de Melhor Roteiro Adaptado, revela as estratégias impiedosas de uma multinacional farmacêutica para provar suas fórmulas na África.

O mesmo acontece com Syriana - A Indústria do Petróleo, que propõe uma reflexão sobre as políticas da indústria petroleira americana no Oriente Médio, e chega à competição com duas indicações, entre elas a de Melhor Ator Coadjuvante para George Clooney.

"Todos estes filmes refletem as preocupações que os cineastas têm por nossa sociedade", disse Grove.

"Depois do 11 de setembro, o mundo está preocupado com temas que enfrentamos, como a moralidade na mídia e na política ou nas corporações multinacionais. Tudo isto tem servido de isca para proveito dos cineastas", afirmou.

A guerra que os Estados Unidos lideram no Iraque, além da série de escândalos financeiros e da suspeita incapacidade da mídia de desempenhar um papel contra o poder chegaram aos cinemas para exercitar as mentalidades dos espectadores, explicou por sua vez o professor Leo Braudy, especialista em cultura popular da Universidade da Califórnia do Sul.

"Tenho a tendência a ver (este fenômeno) como o lado escuro do James Bond, os filmes nos quais os heróis vencem um único inimigo megalomaníaco", explicou.

"Atualmente, o modelo de James Bond é fácil demais. A vida não é mais tão simples", afirmou o professor, apoiando-se no exemplo de Syriana, que mostra as complicações de um mundo globalizado com visões múltiplas.

Na competição dos filmes que marcam distância com os típicos filmes de Hollywood, com exceção de Memórias de uma Gueixa, que recebeu seis indicações, o cinema-pipoca perdeu seu lugar.

"Em uma época como a nossa, é lógico ver obras dedicadas às preocupações, mas os filmes continuam sendo divertidos e isto é realmente um feito", destacou Grove.
 

AFP

Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

 
 » Conheça o Terra em outros países Resolução mínima de 800x600 © Copyright 2012,Terra Networks Brasil S/A   Proibida sua reprodução total ou parcial
  Anuncie  | Assine | Central do Assinate | Clube Terra | Fale com o Terra | Aviso Legal | Política de Privacidade