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Oscar 2006
Quinta, 2 de março de 2006, 21h17 
Filmes independentes desbancam grandes estúdios de Hollywood
 
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Um pacote estelar de filmes independentes e de baixo orçamento marginalizou da disputa ao Oscar 2006 produções de grandes estúdios. Os filmes que competirão este ano nas principais categorias do Oscar, como O Segredo de Brokeback Mountain, Capote, Crash - No Limite e Boa Noite e Boa Sorte, enfocam aspectos crus da vida real, desprezando a Hollywood de fantasia e rica em efeitos especiais que foi um fracasso de bilheteria em 2005.

Confira lista completa de indicados!

Dos filmes selecionados pelos 5.800 membros da Academia de Artes e Ciências de Hollywood para disputar o Oscar de melhor filme na 78ª cerimônia de entrega dos prêmios no próximo domingo, 5 de março, só Munique, do consagrado Steven Spielberg, é a exceção à regra. A fita custou cerca de 75 milhões de dólares, foi produzida pela Dreamworks (fundadda pelo próprio cineasta) e distribuída pela Universal.

Os outros quatro concorrentes - Brokeback Mountain (8 indicações), do taiwanês Ang Lee; Capote (5), de Bennett Miller, Boa Noite e Boa Sorte (6), de George Clooney, e Crash (6), de Paul Haggis foram realizados com orçamentos modestos e investimentos privados. Os três primeiros saíram de divisões pequenas de grandes estúdios e no caso de Crash, de uma casa completamente independente, sem dinheiro para a distribuição, razão pela qual seu sucesso deveu-se ao antigo método da propaganda boca a boca.

O filme nem mesmo chegou à casa dos US$ 6,5 milhões, apesar de contar com astros do porte de Matt Dillon e Sandra Bullock no elenco.

Além disso, o diretor Paul Haggis não tinha nenhuma garantia de que seu filme estrearia, quando começou a filmar e no fim recebeu a ajuda de um empresário do ramo imobiliário, que o financiou.

"É muito raro ver quatro filmes independentes entre os cinco indicados para Melhor Filme, no passado teria sido o contrário", disse à AFP Marty Grove, editorialista do jornal especializado em entretenimento Hollywood Reporter.

"Mesmo os filmes que não foram feitos de forma independente, pelo menos foram produzidos pelas filiais especializadas em produções independentes dos grandes estúdios", acrescentou.

Brokeback Mountain custou apenas US$ 14 milhões, que saíram dos cofres da Sony Independent Pictures e do bolso do sócio de uma equipe de beisebol de Minnesota (norte).

George Clooney investiu US$ 7,5 milhões para Boa Noite e Boa Sorte e contou com a ajuda do proprietário de um time de basquete de Dallas (Texas, sul) e da produtora de Jeff Skoll, um dos fundadores do site de leilões on-line eBay.

Capote, que custou US$ 7 milhões, foi co-financiado por uma empresa independente canadense. Os longas indicados em outras categorias, como Hustle and Flow, Syriana e Transamerica também tiveram que lutar para se financiar e ser exibidos em salas comerciais.

Além de Munique, as únicas grandes produções desta edição do Oscar são Memórias de uma Geixa, que custou US$ 85 milhões e recebeu seis indicações, Johny & June, de US$ 29 milhões e cinco indicações, e por último O Jardineiro Fiel, que custou US$ 25 milhões e recebeu quatro indicações ao Oscar.

Mas King Kong, por exemplo, o sexo filme mais caro da história de Hollywood, com um custo de US$ 207 milhões, teve que se conformar com quatro indicações, todas em categorias técnicas.

"As organizações que entregam os prêmios em Hollywood não estão considerando as mesmas coisas que anos atrás. Têm a tendência de honrar filmes sérios, mais além das grandes obras de espetáculo", sustentou Grove.

Além disso, vários diretores e atores como George Clooney, insatisfeitos com os papéis oferecidos pelos grandes estúdios, fundaram suas próprias produtoras, usando-as como matrizes de projetos mais arriscados e pelos quais se apaixonaram.

Mas quanto a questão é a bilheteria, a ganhadora continua sendo a gigantesca máquina de Hollywood: a seqüência cômica Vovó Zona 2 arrecadou US$ 62 milhões nos 10 dias posteriores à sua estréia na América do Norte, enquanto Brokeback Mountain só chegou à marca dos US$ 67 milhões três meses depois de estar em cartaz.

Crash obteve nove milhões de dólares de bilheteria desde que estreou, em maio de 2005; Boa Noite e Boa Sorte arrecadou US$ 28 milhões, um pouco mais que Capote, que desde sua estréia, há seis meses, arrecadou US$ 20 milhões.

Sem dúvida, "tiveram uma grande acolhida da crítica, mas afinal foram vistos por poucos espectadores", disse o professor Leo Braudy, especialista de cultura popular na Universidade do Sul da Califórnia.

Além disso, os cinco principais filmes abordam temas polêmicos: tensões sociais em Crash, homossexualidade em Brokeback Mountain, ambigüidade moral em Capote, a oposição dos meios a uma linha ideológica no caso de Boa Noite e Boa Sorte, assim como o terrorismo, em Munique.

Sem contar com O Jardineiro Fiel, adaptação do livro de John Le Carré, dirigida pelo brasileiro Fernando Meirelles. O longa, que se posiciona como favorito para o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para a britânica Rachel Weisz, denuncia através de uma história de amor o uso que grandes laboratórios farmacêuticos fazem da população africana para testar medicamentos.

Até mesmo Memórias de uma Gueixa, adaptação para o cinema do best-seller homônimo que obteve seis indicações, fala de uma cultura, contando a vida de uma menina pobre que se transforma na gueixa mais desejada de sua época.

A seleção da Academia se define como uma mensagem clara a esta indústria, que "insiste em fazer 'remakes' e seqüências recordistas de bilheteria sem novas idéias", explica à AFP Tom O'Neil, especialista em prêmios de Hollywood e colunista do site especializado TheEnvelope.com, referindo-se, entre outros, à versão para o cinema de séries de sucesso nos anos 1960 como A Feiticeira (Bewitched) e Os Gatões (The Dukes of Hazzard).

Isto explicaria o porquê de terem ficado de fora produções que se anunciaram com pompa e circunstância como o último filme da saga Guerra nas Estrelas, de George Lucas, Guerra dos Mundos, de Spielberg, e King Kong, do neozelandês Peter Jackson, que só obtiveram indicações nas categorias técnicas.

"O que a Academia diz é que os melhores filmes de 2005 são de produtores modestos, cineastas independentes e não necessariamente das máquinas de grandes orçamentos de Hollywood", reforçou em declarações à AFP Gitesh Pandya, especialista do setor e colunista do site boxofficeguru.com.

Quando olhamos para 2005 "se percebe uma inundação de seqüências e 'remakes'", acrescenta Pandya, explicando uma razão já mencionada para justificar a queda vertiginosa e sem precedentes da bilheteria desde 1997, que esteve em torno de 5% com relação a 2004.

Mas o especialista adverte que estes são "altos e baixos" típicos nos últimos anos do Oscar, que ora enche de prêmios superproduções como Titanic (1997), ora consagra trabalhos mais modestos, porém intensos como Beleza Americana (1999).
 

AFP

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