Oscar 2007

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Quinta, 22 de fevereiro de 2007, 17h11  Atualizada às 17h23

Minorias chegam com peso de maioria no Oscar 2007

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A 79ª edição do Oscar acontece este ano com recordes de indicações para as comunidades hispânica e negra, as duas principais minorias dentro dos Estados Unidos, e com uma apresentadora abertamente homossexual, o que demonstra, para alguns, um exemplo de Hollywood mais liberal.

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Nove mexicanos, oito espanhóis, um argentino e cinco atores negros concorrem ao Oscar nas categorias principais.

Segundo disse o especialista em cinema Tom O'Neil, é "extraordinário" que esse ano os jurados da Academia "tenham marcado um recorde ao indicar cinco atores negros, sendo três deles favoritos na disputa: Forest Whitaker (indicado a Melhor Ator), Eddie Murphy (Melhor Ator Coadjuvante) e Jennifer Hudson (Melhor Atriz Coadjuvante)".

"Há latinos indicados em quase todas as categorias principais e também uma anfitriã lésbica na cerimônia. Uau!", comemora O'Neil, em alusão à mestre de cerimônias Ellen DeGeneres, dizendo que Hollywood "sempre se gabou de ser um lugar liberal, mas este ano está provando".

"Tomara que Hollywood tenha finalmente assumido sua reputação liberal", acrescentou O'Neil, jornalista do TheEnveloppe.com, site especializado na indústria do entretenimento americana, ainda que com algumas reservas em relação a este comportamento se transformar em tendência.

Nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor e em outras quatro indicações para atores, há negros e hispânicos, além de um grande número de estrangeiros, principalmente ingleses e dois de origem japonesa: a jovem atriz Rinko Kikuchi, por Babel, e Iris Yamashita, que concorre ao Oscar de Melhor Roteiro com Paul Haggis por "Cartas de Iwo Jima".

"O fato de que três filmes dirigidos por mexicanos tenham tantas indicações demonstra o quanto a Academia vem tentando ampliar a inclusão cultural a nível internacional", apontou O'Neil. Para Gitesh Pandya, editor da BoxOfficeGuru.com, empresa especializada em cinema, não se deve esquecer que são três cineastas mexicanos "com os quais os membros da Academia estão familiarizados". Ele tampouco enxerga uma tendência, mas diz que "é animador que a Academia tenha feito tantas indicações (seis) ao Labirinto do Fauno, do mexicano Guillermo del Toro.

"Isto sim é estranho, para um filme que não é falado em inglês", disse Pandya, acrescentando que esse "será provavelmente o Oscar de maior diversidade e integração da história".

Segundo Pandya, no ano passado, 19 dos 20 atores indicados eram brancos. Neste ano são oito indicados de origens culturais diversas, além de uma forte participação do talento estrangeiro em todas as categorias.

"Pode ser muito bom e mesmo marcar uma mudança o fato de que estes três diretores tenham sido indicados simultaneamente ao Oscar, mas não acredito que se trate de um novo movimento ou de uma ruptura nos padrões", afirmou Gustavo Hernández, venezuelano residente em Los Angeles e diretor do premiado curta-metragem The Mexican Dream (2003).

Para Hernández, não há dúvida de que a presença hispânica possa ajudar para que haja uma maior visibilidade do trabalho dos diretores de outros lugares, mas com Alejandro González Iñárritu (Babel), Del Toro e Alfonso Cuarón (Filhos da Esperança) estamos diante de três mexicanos bastante conhecidos em Hollywood.

"A princípio aplaudimos a diversidade e o talento de todas as partes do mundo em que se fixaram os membros da Academia, mas a votação poderia indicado como Melhor Filme e Volver tenha ficado de fora da disputa por Melhor Filme Estrangeiro. É possível que os velhos brancos da Academia simplesmente não sintam empatia pelas jovens mulheres negras e hispânicas dessas histórias", declarou.

Ainda que o Oscar sempre surpreenda, este ano não há filmes favoritos e entre os representantes hispânicos, ao contrário de Forest Whitaker, Jennifer Hudson e Eddie Murphy, nem a espanhola Penélope Cruz nem a mexicana Adriana Barraza têm apostas a seu favor.

Babel poderá ser o fiel da balança na categoria de Melhor Filme e em outras categorias técnicas, ainda que ameaçada de perto por Pequena Miss Sunshine e Os Infiltrados de Martin Scorsese, outro forte concorrente.

"Ainda que existam razões para acreditar que os jurados do Oscar tenham derrubado velhos preconceitos, há muitas evidências de que na realidade, no fundo, não tenha acontecido nada de mais", afirmou O'Neil antes de uma cerimônia que talvez deixe a comunidade hispânica com mais indicações que estatuetas.

AFP
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