Oscar 2007

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Oscar 2007

Sexta, 23 de fevereiro de 2007, 11h41 

Cineastas mexicanos levam olhar estrangeiro para o Oscar

Divulgação

Cena do filme Babel
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Em Babel, um dos favoritos para a estatueta de melhor filme, e em dois outros trabalhos de vanguarda indicados para o Oscar no domingo, um trio de cineastas mexicanos está levando um ponto de vista estrangeiro à cerimônia de premiação da Academia este ano.

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A saga Babel, de Alejandro Gonzalez Iñarritu, filmada em cinco línguas, incluindo a linguagem de sinais, lidera o grupo com sete indicações e oferece um olhar diferente às barreiras culturais e de linguagem na era da globalização.

Uma veia comum liga cenas tão díspares quanto um casamento em um vilarejo mexicano, uma pobre aldeia marroquina e um clube noturno de Tóquio repleto de adolescentes movidos a drogas.

Em Labirinto do Fauno, de Guillermo Del Toro, que concorre a seis Oscar, incluindo o de melhor filme em língua estrangeira, soldados fascistas na Espanha pós-guerra civil torturam rebeldes enquanto um demônio sem olhos e devorador de crianças espreita nas redondezas, em um submundo misterioso.

Já o diretor Alfonso Cuarón recebeu três indicações por seu Filhos da Esperança, que se passa na Grã-Bretanha pós-apocalipse.

Os filmes têm grandes orçamentos. Babel traz no elenco Brad Pitt e Cate Blanchett, mas os críticos elogiaram os diretores mexicanos por trazerem um toque estrangeiro, e muitas vezes incômodo, para Hollywood.

"Eles são cineastas visionários", disse o crítico Emanuel Levy, autor do popular site de cinema emmanuellevy.com. "Não se trata apenas de habilidade técnica, mas eles têm um jeito novo de contar uma história, mostram um ângulo novo no cinema."

Amigos íntimos, todos os três são diretores reconhecidamente internacionais, mas que tiveram de lutar no início de suas carreiras no México, onde o patrocínio de filmes é praticamente impossível de se obter.

Desejo de romper
Eles apreciam a habilidade de levar algo diferente a uma indústria que costuma preferir apostas seguras. "Acredito que haja um desejo de romper como parte dos filmes que fazemos", disse Del Toro à Reuters em uma entrevista recente. "Todos eles vão contra a natureza em algum grau. Não se trata apenas de filmes prazerosos."

A nova onda de cinema mexicano está mundos distantes de sua época de ouro nos anos 1950, quando a maioria dos filmes era de musicais nos quais cantores armados cortejavam donzelas tristes, como Maria Felix.

Iñarritu foi indicado a um Oscar em 2000 por Amores Brutos, seu testamento para a capital mexicana, uma cidade recheada de seqüestros e acidentes de carro.

Desde então os diretores deixaram de fazer filmes locais, entrando em projetos maiores. Cuarón é mais famoso por ter dirigido o terceiro filme da série Harry Potter. Segundo os críticos, ele conseguiu injetar um olhar sinistro sobre o menino bruxo.

Mexicanos que buscam entrar na indústria se orgulham de ver três conterrâneos na lista do Oscar, mas sentem porque eles tiveram que buscar a sorte nos Estados Unidos.

Dos três filmes, apenas O Labirinto do Fauno é parte mexicano. "Eles tiveram que fazê-los no exterior, não conseguiram fazer (os filmes) no México", disse Octavio Maya, que está escrevendo um livro sobre a indústria cinematográfica do país. "Idéias originais estão sendo desenvolvidas no México. Há uma abundância de talento, mas não há dinheiro."

Reuters
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