As guerras do Iraque e do Afeganistão são o tema de três dos cinco documentários que desejam conquistar um Oscar neste domingo, em cuja cerimônia o apresentador, Jon Stewart, com certeza mencionará as eleições dos Estados Unidos.
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Entre o glamour do tapete vermelho e os flashes dos fotógrafos estão vários filmes "alternativos", como No Vale das Sombras, ou os documentários No End in Sight, Taxi to the Dark Side e Operation Homecoming.
Este último, de Richard Robbins, é uma coletânea de poesias, cartas e ensaios escritos por soldados americanos que voltaram à guerra, que oferecem à audiência uma perspectiva humana do conflito.
O autor de outro dos documentários candidatos ao Oscar no ano, Michael Moore, por Sicko - $O$ Saúde, uma denúncia do sistema de saúde americano, aproveitou a cerimônia cinco anos atrás para criticar duramente a política externa dos EUA.
"A Academia indicou três filmes anti-guerra: o motivo pelo qual fui vaiado agora é premiado", disse o vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2003 por Tiros em Columbine. "Os tempos mudaram", afirmou.
No Vale das Sombras, filme de Paul Haggis, conta a aventura de Hank (Tommy Lee Jones), um veterano de guerra americano, que precisa investigar o desaparecimento de seu filho Mike, um soldado alocado no Iraque que misteriosamente se ausenta sem permissão de sua base.
Charles Ferguson e Alex Gibney são os diretores de No End in Sight e Taxi to the Dark Side, duas fitas que não deixam lugar a dúvida sobre o posicionamento de seus produtores sobre a invasão do Iraque e do Afeganistão realizadas pela administração do presidente americano, George W. Bush.
O documentário de Gibney aborda a morte em uma prisão de um jovem taxista afegão na base de Bagram (Afeganistão) em 2002 e denuncia as táticas de interrogatório empregadas pelos soldados americanos.
Uma investigação sobre sua morte mostrou que ele morreu acorrentado e que recebeu vários socos e chutes. "Se forem estudadas as palavras de Osama bin Laden ou organizações terroristas ao longo da história, seu objetivo é que as sociedades democráticas solapem publicamente seus próprios princípios", disse Gibney em entrevista. "Neste caso, missão cumprida", afirmou.
O filme de Ferguson se centra na política externa praticada pelos EUA após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e explora como foi planejada a guerra durante os meses posteriores à ocupação.
A obra conta com os depoimentos de mais de 70 figuras-chave presentes durante o conflito no Iraque.
EFE
13h01 » CORREÇÃO: Javier Bardem beija irmão nos bastidores do Oscar