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Segunda, 3 de setembro de 2007, 12h10 Atualizada às 13h51 Ken Loach denuncia hipocrisia da Europa em relação aos imigrantes |
O cineasta britânico Ken Loach afirmou que a Europa é "hipócrita" em relação aos imigrantes já que, por um lado, marginaliza ou expulsa e, por outro, precisa deles, disse, nesta segunda-feira, em entrevista à Efe
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Este é o argumento de seu novo filme, It's a Free World..., que participa do Festival de Veneza. Junto com o roteirista Paul Laverty, Loach retrata na obra a degradação do sistema do bem-estar europeu, não apenas para os que chegam ao continente, mas também para os que já viviam.
O filme foi inspirado na "imigração e em como as pessoas cruzam meio mundo para depois serem exploradas", afirmou Loach. No filme, Angie (Kierston Wareing), mãe de um filho na puberdade e explorada por um mercado de trabalho flexível, decide se tornar empresária após ser demitida pela nona vez.
Como a empresa na qual trabalhava apostou na contratação temporária de imigrantes, em regime de exploração, Angie convence uma amiga (Juliet Ellis) a criar uma micro-empresa dedicada ao mesmo fim. Com o longa, o diretor e o roteirista querem que o público perceba que nem tudo vale a pena.
Angie é uma personagem que desperta a simpatia do espectador no começo do filme, até que, seguindo a lógica do sistema, passa a se aproveitar das leis - ou de sua ausência - para ficar rica.
Apesar disso, Loach e Laverty acreditam que a personagem "está fazendo o que a imprensa diz que é preciso fazer", jogando assim a responsabilidade na globalização. Segundo o roteirista, com a escolha de uma personagem como Angie, ou seja, com a decisão de olhar a imigração não do ponto de vista das vítimas, mas de quem se aproveita delas, o filme procura "inverter a lógica".
"A mão-de-obra barata é o coração da economia britânica e o Governo precisa subverter sua própria legislação, ou seja, assegurar-se de que o salário mínimo não será pago, pois se fosse, o preço da comida e da roupa aumentaria, a inflação subiria e a economia ficaria desequilibrada", complementa Loach.
O cineasta criticou o que considera uma hipocrisia de duas vertentes da direita: uma que diz é preciso abrir as fronteiras, porque os imigrantes são trabalhadores baratos, outra que diz que é preciso expulsá-los, pois ocupam postos de trabalho e leitos nos hospitais.