Veneza 2007


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Segunda, 3 de setembro de 2007, 15h53  Atualizada às 16h24

Veneza troca racionalismo por sonhos com o cinema oriental

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O Festival de Veneza trocou de ares nesta segunda-feira com a chegada do cinema oriental e deixou de lado o racionalismo em benefício da poesia e da linguagem dos sonhos.

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"Os seres humanos não são fórmulas matemáticas, não são só razão", afirma um dos personagens no filme Tai yang zhao chang sheng qi (The sun also rises), dirigido pelo chinês Jiang Wen.

A transição para este tipo de cinema foi feita pelo cineasta americano Wes Anderson com seu filme The Darjeeling Limited, ambientado na Índia.

O filme conta a história de três irmãos - interpretados por Owen Wilson, Adrien Brody e Jason Schwartzman - que viajam pela Índia em busca da paz, da espiritualidade e de sua mãe, vivida por Anjelica Huston.

A história é aparentemente disparatada, mas carregada de metáforas psicológicas que ajudam a compreender a relação e as diferenças entre os irmãos. Anderson participou do Festival de Cinema de Berlim com Os Excêntricos Tenembaums e A Vida Aquática com Steve Zissou.

Também contribuíram para a mudança de clima a chegada a Veneza de atores como Anthony Wong (Mansão Mal-Assombrada), Jaycee Chan (2 Young) e Joan Chen (O Último Imperador), além do diretor Jiang Wen.

Chen vem a Veneza pela segunda vez este ano, pois também foi protagonista do filme Sè, Jiè (Lust, Caution), de Ang Lee.

Mas, ao contrário a transformação que Lee sofreu ao passar por Hollywood e misturar o oriental com o ocidental, Jiang Wen é um diretor chinês em estado puro.

Talvez, por isso, compreender o filme é difícil. Como diz outro personagem: "Ainda não entendeu? Talvez seja porque você não fale chinês".

O filme brinca com a linguagem onírica e se expressa através de metáforas, cor, música, e uma busca contínua da beleza na fotografia para contar quatro histórias que falam, entre outras questões, do amor de uma mãe pelo filho.

"Além da superficialidade das palavras, senti tua alma", afirma mais um personagem.

La Graine et le Mulet, do tunisiano Abdellatif Kechiche, conta a história de um homem divorciado e em má situação econômica que, apesar de tudo, tenta viver perto da família.

A abertura de um restaurante e como a família chega a se juntar em torno do projeto mantêm o fio narrativo. O elenco inclui Habib Boufares, Farida Benkhetache, Hafsia Herzi, Abdelhamid Aktouche e Bouraouia Marzouk.

O cinema latino-americano chegou a Veneza com a exibição de Cochochi, dos estreantes mexicanos Laura Amelia Guzmán e Israel Cárdenas, que mostraram um México muito diferente na Mostra Horizonte (não competitiva), dedicada ao cinema mais inovador.

Cochochia se passa perto de Chihuahua e reflete a vida nos povoados indígenas que habitam a Serra Tarahumara.

Falado no idioma rarámuri, e protagonizado por Louis Torres e Evaristo Torres, que jamais tinham entrado na frente da câmera, o filme narra a história de dois irmãos - na ficção e na realidade - que perdem um cavalo durante uma viagem.

A produção contou com o apoio da Canana, a produtora fundada em 2005 pelos atores mexicanos Gael García Bernal e Diego Luna (ambos de E sua mãe também), e o produtor Pablo Cruz.

EFE
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