Bem-humorado, Tim Burton é ovacionado em Veneza

O cineasta norte-americano Tim Burton disse, na manhã desta quarta-feira, em Veneza que o Leão de Ouro que receberá pela carreira é um marco em sua trajetória. "É um grande estímulo, principalmente porque este festival é interessado realmente no verdadeiro cinema e não valoriza apenas a bilheteria, o box office", lembrou Burton.

» Veja a foto ampliada
» Veja as fotos
» Confira a lista de indicados
» Assista a trailers inéditos

Burton receberá o troféu às 18h30 (horário local), desta quarta-feira, das mãos de Johnny Depp, ator da maioria de seus 22 filmes e protagonista mais uma vez do novo projeto Sweeney Todd, baseado num musical da Broadway escrito por Stephen Sondheim.

Em seguida, na mesma Sala Grande, o endereço das projeções oficiais e de homenagens do festival, será exibido uma versão em 3D de O Estranho Mundo de Jack (The Night Before Christimas), escrito e produzido por Burton em 1993.

O cineasta foi aplaudido na coletiva de imprensa por mais de três minutos. Segundo o diretor do festival, Marco Muller, foi a maior ovação recente para um realizador contemplado com o prêmio da carreira. Burton estava visivelmente contente e respondeu com humor às perguntas.

Sobre o tema predominante de seu cinema ser a imaginação, a fantasia e os contos-de-fada, ele disse que é conseqüência do simbolismo que tal universo tem para ele desde criança. "Sei que com isso meus filmes tem um apelo meio fora de moda, às vezes ultrapassado, mas é assim que vejo algum sentido em me expressar e dar ao público um pouco de sonho".

A questão de ser categorizado como cineasta de um estilo único também não o preocupa. "Sou um realizador independente, sempre serei, e isso é o que me da liberdade e garantia de seguir no meu trabalho", disse ele.

Em contraponto, ele também reconheceu que gosta muito de utilizar uma tecnologia avançada em seus filmes, mas que procura investi-la no entorno da história, deixando os personagens os mais humanos possíveis.

Realizador muitas vezes por completo de seus filmes, graças à experiência que tem como animador antes de ter estreado no cinema, Burton disse que a sua figura cresce no decorrer do projeto, mas que tarefas como a escolha da música, por exemplo, ocorrem no set por vezes com a ajuda dos demais profissionais.

"Por vezes as pessoas me perguntam de uma ou outra escolha de um detalhes, como agora ao me perguntarem sobre o simbolismo gráfico da espiral que há em meus filmes, e eu não me dou conta deles conscientemente", afirmou o diretor.

Burton acredita que todos os seus filmes têm lugar no coração, mas um especial, Peixe Grande e suas Historias Maravilhosas ocupa um posto sentimental. "Ele é um pouco diferente dos outros, no estilo, na história, porque fiz após perder meu pai e estava afetado emocionalmente".

O vinculo com Johnny Depp também é explicado de um ponto de vista sentimental. "Ele é um ótimo ator e uma pessoa adorável", elogiou Burton.

Redação Terra