32ª Mostra Internacional de SP

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32ª Mostra Internacional de SP

Sexta, 17 de outubro de 2008, 13h53

Mostra de SP começa com poucos convidados e improvisos

Orlando Margarido
Direto de São Paulo

Por pouco a senhora de cabelos brancos Mineko Okamoto não fica sem o troféu dedicado ao seu marido, o cineasta Kihachi Okamoto (1924-2005). Esse mestre do cinema japonês é um dos homenageados em retrospectiva pela 32ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, cuja abertura para convidados aconteceu ontem à noite no Auditório do Ibirapuera com uma hora de atraso e pouca badalação.

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Muito emocionada, a viúva de Okamoto subiu ao palco a convite dos diretores de evento Leon Cakoff e Renata de Almeida para receber o reconhecimento da organização. Fez as reverências típicas da cultura nipônica e agradeceu primeiro em japonês e em seguida com um "obrigado". Chegou a chorar quando disse mais algumas palavras - mas não havia tradução disponível ¿ e saiu do palco sem a nova estatueta de acrílico desenhada pela artista plástica Tomie Ohtake. Mesmo assim, a platéia, que não chegou a ocupar os 800 lugares da lotação, aplaudiu muito. O troféu, enfim, apareceu no palco e foi entregue à senhora Okamoto no decorrer da cerimônia, que contou ainda com a presença da atriz e diretora portuguesa Maria de Medeiros.

Quem acompanha o evento de abertura da Mostra, como seus freqüentadores mais habituais a chamam com intimidade, está acostumado a esse clima de improviso e deslizes. Melhor, no entanto, que tenha sido uma cerimônia mais enxuta, com discursos breves de patrocinadores e autoridades como os secretários da Cultura do Estado e do Município, respectivamente João Sayad e Carlos Augusto Calil, ali representantes do governo estadual e municipal.

Neste ano, a organização limitou os convites e havia lugares vazios na sala. Houve pouca badalação também, com a presença de atrizes como Beth Faria e cineastas como Bruno Barreto, Daniel Filho, Jorge Bodansky, Lina Chamie e Tata Amaral.

Antes da exibição da co-produção ítalo-brasileira Terra Estrangeira, Leon Cakoff ainda lembrou outras iniciativas e atrações desta edição, a exemplo do novo projeto Carta Branca. A partir dele, um cineasta convidado pode organizar a sua própria seleção de filmes preferidos. O nome de estréia é o alemão Wim Wenders, que incluiu na programação da Mostra títulos como O Pequeno Soldado, de Jean-Luc Godard, e Longe Dela, de Sarah Polley. Wenders também é homenageado com o Troféu Humanidade, distinção já concedida ao português Manoel de Oliveira, o brasileiro Eduardo Coutinho e o israelense Amos Gitai.

São todos nomes freqüentes na história da Mostra paulistana, assim como Maria de Medeiros. Desta vez, a atriz e diretora portuguesa não comparece com um filme, mas sim com um show que homenageia a música brasileira, marcado para 30 de outubro, no Sesc Pinheiros. "É uma emoção muito grande vir à Mostra com esse espetáculo, eu que vi o evento crescer; quero partilhar esse momento bom com a cidade", disse.

Antes da exibição da fita, a cerimônia foi encerrada com a presença no palco de índios guaranis-caiowás, protagonistas de Terra Vermelha, de colaboradores do filme como o roteirista Luiz Bolognesi, dos produtores Caio e Fabiano Gullane e do diretor Marco Bechis. O filme, que concorreu ao Leão de Ouro do Festival de Veneza deste ano, será exibido nesta sexta, às 16h, e dia 29, às 20h, no Cine Bombril 1; e na terça, dia 21, às 18h10, no Reserva Cultural 1. A estréia em circuito está prevista para final de novembro.

Redação Terra

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