Orlando Margarido
Direto de São Paulo
O Estranho em Mim, produção alemã da diretora Emily Atef, foi a escolha do júri oficial da 32ª Mostra anunciada na noite desta quinta-feira em cerimônia no Sesc Pinheiros. O filme aborda um tabu: a rejeição que muitas mães sentem pelo filho recém-nascido. O júri também premiou a atriz da fita, Susanne Wolff.
"Além de força e coragem pelo tema, o filme nos transmitiu a grande afinidade e parceria entre diretora e atriz", justificou o cineasta inglês Hugh Hudson, um dos jurados. "É bom ressaltar que foi uma votação unânime", lembrou Jorge Bodansky, único brasileiro no júri. Seus colegas eram a diretora iraniana Samira Makhmalbaf, o francês Nicolas Klotz e o crítico e produtor alemão Meinolf Zurhorst.
A fita vencedora pode ser vista no próximo domingo, às 21h20, na Cinemateca.
Foi uma surpresa entre as apostas informais, que apontavam o concorrente Tulpan e Machan, filme realizado no Sri Lanka por um diretor italiano, como favoritos. Os prêmios do público não sintonizaram com as preferências de outras categorias, como a dos críticos, que votaram no português Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes, e nem com o Prêmio da Juventude para o brasileiro Verônica, de Maurício Farias.
O indiano Jodhaa Akbar, do diretor Ashutosh Gowariker, foi o preferido da platéia da Mostra como longa-metragem de ficção, enquanto Youssou Ndour - I Bring What I Love, de Elizabeth Chai Vasarhelyi, ganhou no gênero documentário, ambos na seleção estrangeira.
Na competição brasileira, venceram, respectivamente, Apenas o Fim, de Matheus de Souza, e Lóki - Arnaldo Batista, de Paulo Henrique Fontenelle.
Este ano foi instituído um júri exclusivo para documentários, que fez uma divisão um tanto exagerada de prêmios. Os cineastas Laís Bodansky e Heitor Dhália, além do produtor Caio Gullane, elegeram o indiano Crianças da Pira, de Rajesh S. Jala, como o melhor na categoria. Mas ainda concederam um prêmio especial para o brasileiro KFZ-1348, de Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso, e uma menção honrosa para o russo Conhecendo Andrei Tarkovsky, de Dimitry Trakovsky.
O número de prêmios também cresceu no caso de curtas e médias-metragens. No primeiro registro, o canadense Death Valley Superstar, de Michael Yaroshevsky, venceu como melhor estrangeiro. A escolha nacional recaiu sobre o curta Monker Joy, de Amir Admoni.
Houve ainda uma menção honrosa para Vidas no Lixo, de Alexandre Stockler. O brasileiro Bode Rei, Cabra Rainha, de Helena Tassara, foi considerado o melhor média-metragem. Depois da premiação, a atriz e diretora portuguesa Maria de Medeiros apresentou um show em que cantou canções da MPB e portuguesas.
Especial para Terra
Divulgação
O Estranho em Mim aborda a rejeição que muitas mães sentem pelo filho recém-nascido
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