32ª Mostra Internacional de SP

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32ª Mostra Internacional de SP

Quinta, 30 de outubro de 2008, 21h16 Atualizada às 21h52

"Raúl teve papel fundamental na revolução cubana", diz Santoro

Orlando Margarido
Direto de São Paulo

Apesar da participação modesta em Che, o ator Rodrigo Santoro lembra que seu personagem no filme, Raúl Castro, tem importância vital no contexto da guerrilha em Cuba. "Para dizer o mínimo, foi Raúl quem apresentou Che Guevara a seu irmão Fidel Castro", comentou o ator, em uma mesa com jornalistas.

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A cena do encontro foi mantida no filme, assim como outras em que se vê Raúl atuando nos bastidores da revolução cubana. "Ele teve papel fundamental nessa luta, mas tornou-se uma figura discreta por trás do irmão, que ganhou mais reconhecimento".

Em entrevista coletiva, realizada na manhã desta quinta-feira em São Paulo, Santoro já havia comentado como foi difícil encontrar material e fontes para compor o personagem. "Quem abriga a maior parte da documentação é o Icaic (Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfico), mas quem mais me ajudou foram historiadores; um deles inclusive possuía uma cópia rara do diário de Raúl", explicou.

À tarde, ele reiterou, contudo, que o mais significativo para pensar como foi o Raúl guerrilheiro ¿ hoje no comando em Cuba, depois da doença que afastou Fidel do poder ¿ veio de sua experiência de viagem pela ilha. Ao lado do amigo e preparador de atores Sérgio Penna (Bicho de Sete Cabeças), Santoro viajou por lugares simbólicos da revolução, como Sierra Maestra e visitou a casa onde os irmãos Castro nasceram.

"Conhecer esse cenário, falar com pessoas do local, vivenciar isso além da biografia que li, foi mais influente para mim do que qualquer dica de amigo ou conhecido de Raúl", disse.

No momento das filmagens em Porto Rico, cenário onde foi gravada sua participação, a experiência foi outra. "Ali tive a verdadeira sensação do que foi para esses guerrilheiros passar três anos na mata; pegamos em armas e trabalhávamos muito, sem essa de hoje não tem cena para gravar então vou descansar; não via muito o Steven (Soderbergh, diretor do filme), mas eles nos mantinha sempre em estado de alerta".

O laboratório, ou seja, a preparação para as cenas incluía sessões de esforço físico constante, caminhadas na lama e aprender a mexer com armas. Sua agenda atual também tem pique puxado. Além das viagens para divulgação de Che, Santoro acaba de chegar do Festival de Roma, onde participou da exibição de Os Desafinados. Em breve, começa também a divulgar Leonera - também exibido na 32ª Mostra - co-produção da brasileira Videofilmes com a Argentina dirigida por Pablo Trapero. Santoro também faz participação pequena, mas influente na trama.

Ao mesmo tempo, o ator está envolvido num dos seus próximos papéis na tela grande, o jogador Heleno de Freitas (1920-1959), craque elegante de carreira inicial no Botafogo, em filme dirigido por José Henrique Fonseca. A novidade é que além de atuar, Santoro assina sua primeira produção no cinema.

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