32ª Mostra Internacional de SP

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32ª Mostra Internacional de SP

Quinta, 30 de outubro de 2008, 12h24 Atualizada às 18h07

"Eu não sou o Che Guevara", diz Del Toro em SP

Danilo Lima
Direto de São Paulo

Benício Del Toro chegou nesta quinta-feira a São Paulo para divulgar o filme Che na 32ª Mostra Internacional de Cinema. Com um espanhol difícil, mesclado com palavras em inglês, o ator rechaçou comparações entre ele e o famoso guerrilheiro Che Guevara.

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"A expectativa sobre ele (Che Guevara) era muito grande. É impossível fazer um filme sobre Che sem deixar passar alguma coisa. Chega um momento que é tanta informação que você não sabe mais o que incorporar. Em alguma hora temos que saber que isso é só um filme. Eu não sou o Che Guevara".

O ator afirmou que não acreditava que o papel fizesse o sucesso que fez. O personagem já lhe rendeu o prêmio da categoria no último Festival de Cannes.

"Não tinha muitas expectativas sobre o papel. Na hora de ser reconhecido pelo que você faz é que você percebe a repercussão que isso gerou. Como atores somos muito inseguros, não existe um texto que nos fale como ser um ator. Trabalhamos com instinto. Eu sei tanto quanto vocês se o filme é bom ou não. Mas o instinto é o que nos dá base".

Del Toro aproveitou que estava no Brasil para brincar com o ator Rodrigo Santoro, que no filme faz o papel do irmão de Fidel Castro, Raúl. Ao ser questionado sobre o que este filme tinha de diferente, Del Toro ironizou: "nesse filme temos o Rodrigo Santoro".

Após a brincadeira, o ator respondeu a pergunta de forma mais séria. "Nós fizemos uma grande investigação, pensamos como se eu fosse o personagem. Engraçado que em toda parte do mundo tem gente que o conheceu. Sabíamos que ele era um revolucionário, tinha muita coisa a ser feita. Por isso toda essa parte de investigação demorou seis, sete anos".

Apesar de se dedicar com paixão ao papel, seu primeiro contato com Che Guevara veio quando ele já era ator. "Como criança, ele nunca existiu para mim. Eu cresci em Porto Rico, que não tem nada a ver com a condição cubana. A primeira vez que eu ouvi o nome de Che foi numa canção dos Rolling Stones, chamada Indian Girl. A segunda foi no México. Eu estava numa livraria e vi uma foto dele num livro com cartas que ele escreveu no período da revolução cubana. Eu li aquilo e fiquei muito comovido. Já aí nasceu um empenho em aprender mais sobre sua história. Alguns anos depois, me trombei com Laura (Wickford, produtora do filme)", lembra.

Che é um projeto de Steven Soderbergh. São mais de quatro horas de projeção, divididas em dois capítulos, que apresentam as primeiras batalhas do guerrilheiro pela tomada de poder em Cuba, até sua morte em luta na Bolívia. O filme será exibido hoje à noite nas salas 1 e 2 do Unibanco Arteplex. Excepcionalmente nesta sexta-feira, devido à grande procura, haverá uma sessão extra no Cinesesc, às 18h10.

Redação Terra

Divulgação
Em São Paulo, Del Toro conta como se envolveu com papel de Che Guevara
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