Orlando Margarido
Direto de São Paulo
Ao final de La Buena Vida, o novo filme do chileno Andrés Wood, uma informação aparece na tela e surpreende o espectador. Trata-se de um aviso corriqueiro no início de muitas produções - se o leitor ainda não adivinhou, vale então guardar a surpresa - mas que utilizada no último plano dá outra dimensão à fita.
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Parece ter sido exatamente esta a intenção do diretor do sucesso Machuca. Desta vez, na trama que pode ser conferida nesta quinta-feira, às 20h40, no Reserva Cultural, e no próximo dia 30 no CineSesc, ele entrelaça três ou quatro histórias paralelas na Santiago atual, que deixam entrever também alguns personagens secundários.
Entre os protagonistas estão uma psicóloga que trabalha numa entidade de saúde voltada a grupos de risco e mantém uma relação difícil com a filha adolescente; um cabeleireiro quarentão às voltas com uma mãe exigente e dificuldades financeiras; e o jovem trompetista que sonha em tocar na Filarmônica local.
Convergem para esses dramas o ex-marido, uma jovem viciada em drogas com seu filho bebê, a bancária que é renegada pelo namorado, e assim por diante.
São todas situações comumente exploradas por uma fórmula de cinema já um tanto desgastada, baseada na circularidade e no entrelaçamento de personagens - aqui há apenas "esbarrões" que não chegam a comprometer o efeito final. Este, no caso, pode ser considerado o achado dramático original do diretor.
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