Orlando Margarido
Direto de São Paulo
O filme argentino La Rabia é uma daquelas produções que procura provocar todos os sentidos do espectador. A trilha sonora, quando há, e os sons na tela sejam de um disparo de rifle seja de um grito humano são exagerados, assim como são explícitas as cenas de sexo e a de estripação de um porco.
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Mas os recursos, redundantes em alguns momentos, convergem para o contexto rude no qual a trama se dá. A fita, com exibições nesta segunda-feira, às 15h30, no IG Cine, e no dia 30, foi co-produzida por Pablo Trapero, o diretor de Leonera.
Estamos no cenário de uma fazenda nos pampas da Argentina, em um período não definido. Mas isso não é importante para a história da diretora Albertina Carri.
Desde o início, com um letreiro que avisa não ter havido maus tratos dos animais no filme, ela antecipa ao espectador que homens e bichos ali não diferem muito.
A aproximação se dá entre a família do capataz da propriedade, casado e com uma filha pequena muda, e um empregado que trata o filho também pré-adolescente com menos valor que as ovelhas.
Enquanto este tenta caçar uma doninha que estaria matando as galinhas, o pai passa as tardes na cama com a mulher do patrão.
Sem conseguir se expressar perante a situação cada vez mais tensa que se forma, a menina seria uma espécie de resguardo da pouca condição humana ali existente. Transfere para os desenhos o que não consegue dar sentido pela voz, mas quando contrariada emite um grito doloroso. Como tudo, aliás, que faz parte desse filme incômodo.
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