Orlando Margarido
Direto de São Paulo
Responsável por um cinema tão elegante quanto variado em gênero e estilo, o cineasta Raoul Ruiz, chileno que se radicou na França, se inclina de tempos e tempos a adaptar boa literatura. Foi assim com O Tempo Redescoberto, o capítulo final da dita catedral literária de Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido.
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Também é o caso deste Nucingen Haus, que a 32ª Mostra exibe nesta quinta em última sessão, às 19h, no Cine Tam. Inspirado vagamente em novela de Honoré de Balzac, a fita é um suspense com intenção a horror sobrenatural que perde boa chance de impacto devido à péssima qualidade do digital apresentado.
Mantém-se, contudo, uma "mise-en-scéne" e uma trama ainda coerente com a habilidade do mestre Ruiz, que volta a filmar em seu país natal. Nos anos 20, um jogador inveterado de Paris (Jean-Marc Barr) ganha numa aposta um palacete na Patagônia, região isolada no sul do Chile.
Parte para lá com a mulher (Elsa Zylberstein) e é recebido pela estranha família que ainda mora na casa. Entre outras peculiaridades, ali só se fala francês e os fantasmas estão sempre rondando os visitantes. Um mistério constante é a aparição de uma das filhas da casa, morta anos atrás.
Aos poucos, a situação fragiliza a nova proprietária e leva seu marido a atitudes estranhas. Contada em flashback, a partir de um jantar do casal protagonista que ouve comentários de comensais a respeito da mesma história, o filme de Ruiz busca confundir antes do que assustar ¿ o que é um recurso inusitado mas que faz toda diferença no cinema peculiar desse chileno.
Redação Terra
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