32ª Mostra Internacional de SP

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32ª Mostra Internacional de SP

Quinta, 30 de outubro de 2008, 09h05 Atualizada às 11h03

Digital precário desbota suspense sobrenatural de Raoul Ruiz

Orlando Margarido
Direto de São Paulo

Responsável por um cinema tão elegante quanto variado em gênero e estilo, o cineasta Raoul Ruiz, chileno que se radicou na França, se inclina de tempos e tempos a adaptar boa literatura. Foi assim com O Tempo Redescoberto, o capítulo final da dita catedral literária de Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido.

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Também é o caso deste Nucingen Haus, que a 32ª Mostra exibe nesta quinta em última sessão, às 19h, no Cine Tam. Inspirado vagamente em novela de Honoré de Balzac, a fita é um suspense com intenção a horror sobrenatural que perde boa chance de impacto devido à péssima qualidade do digital apresentado.

Mantém-se, contudo, uma "mise-en-scéne" e uma trama ainda coerente com a habilidade do mestre Ruiz, que volta a filmar em seu país natal. Nos anos 20, um jogador inveterado de Paris (Jean-Marc Barr) ganha numa aposta um palacete na Patagônia, região isolada no sul do Chile.

Parte para lá com a mulher (Elsa Zylberstein) e é recebido pela estranha família que ainda mora na casa. Entre outras peculiaridades, ali só se fala francês e os fantasmas estão sempre rondando os visitantes. Um mistério constante é a aparição de uma das filhas da casa, morta anos atrás.

Aos poucos, a situação fragiliza a nova proprietária e leva seu marido a atitudes estranhas. Contada em flashback, a partir de um jantar do casal protagonista que ouve comentários de comensais a respeito da mesma história, o filme de Ruiz busca confundir antes do que assustar ¿ o que é um recurso inusitado mas que faz toda diferença no cinema peculiar desse chileno.

Redação Terra

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