Orlando Margarido
Direto de Gramado
Leandra Leal tinha apenas quinze anos quando estreou no cinema em A Ostra e o Vento. No filme de Walter Lima Jr, ela interpreta a menina isolada numa ilha com o pai, o zelador do farol. Leandra agora tem 25 anos e está no Festival de Cinema de Gramado para defender seu papel em Nome Próprio, o mais novo título de Murilo Salles que concorre ao Kikito, o prêmio oficial do evento.
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O filme já está em cartaz nos cinemas. Baseia-se em textos e em livro lançado pela escritora gaúcha Clara Averbuck. Leandra está loira, exigência do papel da novela global das seis, Ciranda de Pedra. Em encontro com jornalistas nesta segunda-feira, a jovem atriz disse que pensará duas vezes antes de viver novamente um personagem tão exigente e solitário como o do filme.
"Era tudo em cima de mim, toda a produção voltada apenas para a protagonista, que está em todas as cenas da fita", justificou.
Em conversa com o Terra, ela lembrou as semelhanças entre Camila, blogueira obsessiva que tem na necessidade de escrever sua função de vida, e a adolescente de A Ostra e o Vento. "Ambos os filmes exploram o universo feminino; são personagens isoladas e solitárias, sem que isso, no entanto, represente um aspecto negativo".
São figuras complexas, ela admite, de acordo com a noção do período de vida que atravessam. "Pelo jeito tenho mesmo uma atração por essas mulheres difíceis".
Em debate que se seguiu ao encontro com a imprensa, sem a participação da atriz, o diretor Murilo Salles lembrou a veia obstinada e independente de Leandra para incorporar a personagem Camila.
"Eu não queria que ela encontrasse com Clara (Averbuck), que elas trocassem informações; mas Leandra me desobedeceu, encontrou Clara, e isso fez um grande bem para o filme", disse o cineasta.
Futuro
O próximo projeto no cinema confirma a vocação. Leandra é a manipuladora Ritinha do texto de Nelson Rodrigues Bonitinha, Mas Ordinária, agora filmada por Moacyr Góes, depois das versões de J.P. Carvalho, em 1963, e Braz Chediak, em 1981.
"Acho que pude desde cedo levar numa boa a pressão do cinema ou da TV por causa do hábito adquirido em casa, com a experiência de minha mãe", explicou, em referência a atriz Ângela Leal.
Ela não acredita que o fato de ter começado cedo com personagens difíceis poderia significar uma experiência traumática. "Pelo contrário, foram positivos para a minha própria vida".
A atriz ainda não definiu seus próximos projetos, mas inclui além de TV e cinema, o teatro. Sua mais recente experiência é a produção e co-direção da peça Mercadorias e Futuro, escrita e dirigida por José Paes de Lira, vocalista do grupo Cordel do Fogo Encantado.
Especial para Terra
Edison Vara / Pressphoto /Divulgação
Leandra Leal está em Gramado para defender seu papel em 'Nome Próprio'
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