36º Festival de Gramado

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36º Festival de Gramado

Segunda, 11 de agosto de 2008, 13h32

"Tenho atração por personagens difíceis", diz Leandra Leal

Orlando Margarido
Direto de Gramado

Leandra Leal tinha apenas quinze anos quando estreou no cinema em A Ostra e o Vento. No filme de Walter Lima Jr, ela interpreta a menina isolada numa ilha com o pai, o zelador do farol. Leandra agora tem 25 anos e está no Festival de Cinema de Gramado para defender seu papel em Nome Próprio, o mais novo título de Murilo Salles que concorre ao Kikito, o prêmio oficial do evento.

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O filme já está em cartaz nos cinemas. Baseia-se em textos e em livro lançado pela escritora gaúcha Clara Averbuck. Leandra está loira, exigência do papel da novela global das seis, Ciranda de Pedra. Em encontro com jornalistas nesta segunda-feira, a jovem atriz disse que pensará duas vezes antes de viver novamente um personagem tão exigente e solitário como o do filme.

"Era tudo em cima de mim, toda a produção voltada apenas para a protagonista, que está em todas as cenas da fita", justificou.

Em conversa com o Terra, ela lembrou as semelhanças entre Camila, blogueira obsessiva que tem na necessidade de escrever sua função de vida, e a adolescente de A Ostra e o Vento. "Ambos os filmes exploram o universo feminino; são personagens isoladas e solitárias, sem que isso, no entanto, represente um aspecto negativo".

São figuras complexas, ela admite, de acordo com a noção do período de vida que atravessam. "Pelo jeito tenho mesmo uma atração por essas mulheres difíceis".

Em debate que se seguiu ao encontro com a imprensa, sem a participação da atriz, o diretor Murilo Salles lembrou a veia obstinada e independente de Leandra para incorporar a personagem Camila.

"Eu não queria que ela encontrasse com Clara (Averbuck), que elas trocassem informações; mas Leandra me desobedeceu, encontrou Clara, e isso fez um grande bem para o filme", disse o cineasta.

Futuro
O próximo projeto no cinema confirma a vocação. Leandra é a manipuladora Ritinha do texto de Nelson Rodrigues Bonitinha, Mas Ordinária, agora filmada por Moacyr Góes, depois das versões de J.P. Carvalho, em 1963, e Braz Chediak, em 1981.

"Acho que pude desde cedo levar numa boa a pressão do cinema ou da TV por causa do hábito adquirido em casa, com a experiência de minha mãe", explicou, em referência a atriz Ângela Leal.

Ela não acredita que o fato de ter começado cedo com personagens difíceis poderia significar uma experiência traumática. "Pelo contrário, foram positivos para a minha própria vida".

A atriz ainda não definiu seus próximos projetos, mas inclui além de TV e cinema, o teatro. Sua mais recente experiência é a produção e co-direção da peça Mercadorias e Futuro, escrita e dirigida por José Paes de Lira, vocalista do grupo Cordel do Fogo Encantado.

Especial para Terra

Edison Vara / Pressphoto /Divulgação
Leandra Leal está em Gramado para defender seu papel em 'Nome Próprio'
Leandra Leal está em Gramado para defender seu papel em 'Nome Próprio'

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